Dispositivo foi criado por estudantes de Jardim, que usam a Inteligência Artificial para separar materiais recicláveis e incentivar a economia local
Um projeto que nasceu no Campus Jardim do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) resultou na criação da Ecovantis, a primeira startup da instituição. Liderada pelos estudantes da Licenciatura em Ciências da Computação, Fábio Henrique Quintana de Souza, de 21 anos, e Euzilene da Silva Larrea, de 43, a empresa de inovação socioambiental desenvolve a EnviroBin, uma lixeira que usa inteligência artificial para separar lixo reciclável e, ao mesmo tempo, incentivar a economia local.
A iniciativa, que contou com o apoio do IFMS por meio do programa de incubação TecnoIF, reflete o objetivo da instituição de transformar projetos acadêmicos em negócios de impacto social e econômico.
“Ter startups no IFMS é muito importante, pois transforma ideias dos estudantes em soluções inovadoras que geram impacto na sociedade”, afirma o diretor de Empreendedorismo e Inovação do Instituto Federal, Gilberto Astolfi.
A EnviroBin é o principal projeto da Ecovantis. A lixeira inteligente, equipada com inteligência artificial e sensores, identifica, classifica e separa resíduos sólidos reclicáveis de forma autônoma.
No entanto, o diferencial da startup vai além da tecnologia, como explica o estudante Fábio Henrique.
“A inovação está na sua capacidade de reconhecer automaticamente os resíduos e fazer a separação correta de maneira autônoma e educativa. O diferencial vai além da tecnologia: ao realizar o descarte correto, o usuário acumula pontos em um aplicativo/plataforma, que podem ser trocados por benefícios em empresas parceiras locais”.
Essa abordagem cria um ecossistema de ganho mútuo para usuários, recompensados por praticar a sustentabilidade, e para as empresas parceiras.
A tecnologia também coleta dados valiosos sobre o descarte de resíduos, ajudando municípios e empresas a planejarem ações ambientais mais eficientes.
Segundo o professor André Quintiliano Bezerra Silva, orientador da startup, essa rede de colaboração é a chave para a sustentabilidade do projeto.
“A tecnologia é conectada a um aplicativo que recompensa os usuários com pontos, os quais podem ser trocados por cupons de desconto em empresas parceiras. Essas, por sua vez, ganham certificação ambiental, visibilidade, e acesso a incentivos fiscais, criando um ecossistema de ganhos mútuos e impacto positivo”.
Apoio institucional
O suporte institucional vem por meio da TecnoIF, a incubadora de empresas do IFMS, que oferece programas de pré-incubação para projetos inovadores.
A coordenadora local da TecnoIF no Campus Jardim, Valeria Sun Hwa Mazucato Galvão, e o professor André Quintiliano, têm papel fundamental nesse processo, fornecendo o suporte técnico e a orientação necessária para o desenvolvimento da startup.
Conforme explica Valéria, a incubadora realiza trabalho contínuo de promoção da cultura inovadora e empreendedora, a partir da articulação do Ecossistema Local de Inovação, da aproximação dos atores e de constantes eventos e parcerias, incluindo a promoção de editais externos.
“Foi a partir de um desses eventos, para divulgação do Inova Cerrado, do Sebrae, que a equipe do Ecovantis submeteu a ideia e foi aprovada. Depois disso foi só sucesso, apoiamos o desenvolvimento das atividades e mantemos um orientador com eles para desenvolvimento da inteligência artificial”.
Os trâmites para formalização do processo de incubação da startup pela TecnoIF foram recentemente finalizados, tornando assim a Envirobin a primeira statup criada e incubada na instituição.
Formação acadêmica
Para os dois estudantes, o projeto de empreendedorismo é também fundamental como parte de sua formação acadêmica.
“A ideia da startup surgiu justamente da vontade de unir o que aprendi tecnicamente a uma causa na qual acredito, que é a sustentabilidade ambiental. Mais do que aplicar os conhecimentos adquiridos, criar a startup me desafiou a ir além da sala de aula! Precisei aprender a validar ideias, conversar com possíveis usuários, montar modelos de negócio e desenvolver protótipos”, aponta Fábio.
Euzilene ressalta que o projeto exigiu que ambos desenvolvessem habilidades para além do que se aprende em sala de aula, mas que o apoio dos professores foi crucial.
“Para mim, é uma possibilidade de aprendizado para além daquilo previsto no curso de graduação, no qual o IFMS proporciona esse conhecimento adicional”, conclui.
Empreendedorismo e Inovação
O TecnoIF é um dos programas da Diretoria de Empreendedorismo e Inovação (Direi), vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação (Propi) do IFMS.
Apenas em 2024, por meio do Programa de Empreendedorismo Inovador (Pemin), a instituição teve o registro de 10 empresas juniores.
A cultura do empreendedorismo e inovação no Instituto Federal é apoiada e desenvolvida nos Laboratórios IFMakers e TecnoIFs, sendo que nestas se encaixam as empresas juniores e a incubação de empresas.
Por meio da TecnoIF, são fomentados projetos e ideias de negócios para fortalecer a cultura empreendedora, alavancar o desenvolvimento profissional de estudantes e servidores, além de auxiliar a comunidade externa na modelagem de negócios inovadores.
Conheça mais sobre o empreendedorismo no IFMS na página da TecnoIF.




