O ano termina com um marco importante na carreira de Silvânia Costa. Reconhecida internacionalmente pelo desempenho no atletismo paralímpico, a atleta de Três Lagoas vive agora a fase mais intensa de sua transição para o paraciclismo. Ela participa, nesta semana, do camping de treinamento em Indaiatuba, onde cumpre a terceira fase do processo avaliativo da Seleção Brasileira. O trabalho é preparatório para a Copa Brasil de Paraciclismo, que será disputada nos dias 29 e 30 de novembro, em Goiânia.
A mudança de modalidade se desenha desde agosto, quando Silvânia integrou uma seletiva no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Na ocasião, foi aprovada para a segunda fase, realizada no velódromo, até avançar para a etapa atual, dedicada à preparação técnica e ao ajuste fino sobre a bicicleta tandem, usada por atletas com deficiência visual na classe B.
Mesmo sendo bicampeã paralímpica brasileira, recordista mundial no salto em distância T11 e medalhista nos Jogos Rio-2016, Silvânia descreve o ciclismo como um recomeço. Ela afirma que, apesar da experiência no alto rendimento, encara a nova modalidade com a humildade de quem está aprendendo do zero.
“Estou bastante feliz e motivada. É só dar sequência ao trabalho que vem sendo feito”, resumiu.
No atletismo, Silvânia fecha 2025 com evolução técnica, mesmo após enfrentar uma lesão que a tirou dos Jogos de Paris. Mantém o posto de recordista mundial, segue entre as quatro primeiras do ranking global e diz encerrar o ano “com dever cumprido”, próxima das concorrentes e confiante para a próxima temporada.
Primeira prova oficial
A estreia no paraciclismo acontece na Copa Brasil, em Goiânia. No sábado (29), ela disputa o contrarrelógio individual, percurso de 25 quilômetros em que vence quem fechar o trajeto no menor tempo. No domingo (30), participa da prova de estrada, disputada em pelotão, valendo também sua primeira classificação funcional dentro da modalidade — etapa obrigatória para novos paratletas que migram de outro esporte.
Transição estruturada
A mudança faz parte do projeto “Transição Esportiva”, iniciativa do Comitê Paralímpico Brasileiro para identificar atletas consolidados em outras modalidades e integrá-los ao paraciclismo. No grupo, estão esportistas que passam pelo mesmo processo avaliativo e participam do camping técnico em Indaiatuba, onde a Seleção ajusta estratégias para competições futuras.
A próxima grande meta do calendário será o Campeonato Pan-Americano de Paraciclismo, previsto para o início de 2026, também em Indaiatuba.
Olho no futuro
Silvânia segue vinculada ao atletismo, mesmo após ficar fora dos Jogos de Paris por lesão, e mantém o objetivo ambicioso de conquistar duas medalhas de ouro em modalidades diferentes — no atletismo e agora no ciclismo. A atleta avalia que 2025 fecha com saldo positivo e reforça que tudo o que vier a partir daqui será ganho.
O novo ciclo começa em Goiânia, mas a expectativa já aponta para desafios nacionais e internacionais ao longo do próximo ano.





