(*) Por: Alírio Villasanti
A segurança pública de Mato Grosso do Sul mais uma vez demonstra maturidade institucional ao investir em integração interna e cooperação internacional como pilares do combate efetivo às facções criminosas. Nesse sentido, foi criado o Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras e Divisas, órgão colegiado de caráter deliberativo e executivo, vinculado à Secretaria de Justiça e Segurança Pública, com a missão de propor, articular e executar ações conjuntas em todo o território fronteiriço do Estado.
O objetivo central é claro: prevenir e reduzir a criminalidade, com foco especial no enfrentamento dos crimes transnacionais e transfronteiriços, que historicamente desafiam as forças de segurança brasileiras.
Coordenado pelo secretário-executivo Coronel PM Everson Antônio Rozeni, o Gabinete atua por meio de oito polos regionais, integrados por representantes das instituições estaduais de segurança e defesa social, com participação complementar de órgãos federais, municipais e outros entes governamentais, conforme a realidade de cada região.
Cada polo reúne representantes da:
- Secretaria de Justiça e Segurança Pública
- Polícia Militar
- Polícia Civil
- Corpo de Bombeiros Militar
- Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário
- Coordenadoria Geral de Perícias
- Departamento Estadual de Trânsito
- Departamento de Operações de Fronteira
Também podem integrar o Gabinete, como membros especiais permanentes:
- Polícia Federal
- Polícia Rodoviária Federal
- Exército, Marinha e Aeronáutica
- Receita Federal
- Secretaria Nacional de Segurança Pública
- Entre outros parceiros estratégicos.
O Gabinete realiza reuniões bimestrais e mantém um processo contínuo de aprimoramento, especialmente no campo tecnológico, acompanhando as rápidas transformações que impactam a dinâmica criminal.
Mato Grosso do Sul possui cerca de 1.500 km de fronteira com dois países produtores de drogas e faz divisa com cinco Estados brasileiros, alcançando aproximadamente 2.000 km. Diante desse cenário, torna-se fundamental uma atuação integrada, planejada e coordenada.
Recentemente, o Brasil celebrou também a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, com a participação de forças de segurança de nove Estados da Amazônia Legal e de nove países sul-americanos. A iniciativa, financiada pelo BNDES por meio do Fundo Amazônia, reforça a importância da cooperação internacional no combate às organizações criminosas que exploram as vulnerabilidades amazônicas.
Em Campo Grande, outro exemplo de sucesso é o Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito, que uniu engenharia, fiscalização e educação, resultando em expressiva redução de vítimas fatais nas vias urbanas.
No entanto, desafios persistem — e precisam ser enfrentados com comprometimento, dedicação e competência. Superar vaidades pessoais e corporativas, respeitar a autonomia institucional, produzir diagnósticos sólidos e garantir recursos financeiros são passos indispensáveis para que ações integradas como essas se consolidem e tragam resultados reais.




