20/01/2006 16h59 – Atualizado em 20/01/2006 16h59
Terra
Se a vida de Patrícia Campbell Hearst é cinematográfica, o que dizer da história de seu avô, o magnata da imprensa William Randolph Hearst? O bilionário simplesmente inspirou Orson Welles a produzir e estrelar Cidadão Kane (1941), apontado como um dos maiores – senão o maior -filmes de todos os tempos.
Hearst construiu seu império comprando pequenos jornais falidos em cidades como San Francisco e Nova York, a partir de 1887. Com o conceito do que depois viria a ser chamado ¿jornalismo marrom¿, transformou os tablóides num fenômeno de vendas.
No filme, Welles conta toda a trajetória de forma realista e cínica. Mostra como os jornais de Hearst viraram fábricas de mentiras, repassa a ambição política do milionário (eleito deputado duas vezes, mas derrotado nas eleições para governador e senador por Nova York) e bate pesado na vida pessoal do magnata.
¿Rosebud¿, palavra-chave que abre o filme e permeia seu estilo noir, era o apelido íntimo que Hearst dera ao órgão sexual de sua segunda mulher, a atriz e bailarina Marion Daves.
Com tantos ingredientes, era de se supor que Welles sofresse todo tipo de perseguição e boicote para lançar o filme. Hearst, inclusive, chegou a comprar todas as cópias de Cidadão Kane, para depois queimá-las. Todas menos uma, a que acabou lançada.
Welles nunca admitiu que o filme se baseou na vida de William Randolph Hearst, mas em um conjunto de diversos personagens da vida real, ele (Hearst) incluído.





