13/01/2006 06h35 – Atualizado em 13/01/2006 06h35
Jornal da Globo
O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral, do PT, está negociando com os partidos de oposição a antecipação do encerramento dos trabalhos da CPI de fins de abril para começo de março.No momento a CPI se concentra em desvendar, no Brasil e no exterior, as contas do marqueteiro Duda Mendonça. Técnicos da CPI dos Correios suspeitam que empresas de Duda Mendonça tenham sido usadas para lavar dinheiro. Investigações da comissão parlamentar de inquérito apontam para faturamento incompatível com a movimentação financeira nos últimos cinco anos. A CPI não sabe o destino de R$ 372 milhões que passaram pelas contas do publicitário e da sócia dele, Zilmar Fernandes. As informações foram solicitadas aos bancos. Os deputados e senadores estão particularmente interessados em saber o que foi feito de R$ 69 milhões. É a diferença entre os R$ 703 milhões que ele, a sócia e as empresas receberam de 2001 para cá e os R$ 634 milhões usados para aplicações, pagamentos e outras despesas ainda não esclarecidas. O sub-relator da CPI, deputado Gustavo Fruet, “ele é investigado à medida que todos os contratos de publicidade do governo estão sob análise”, afirmou Fruet. A CPI também investiga a existência de uma terceira conta de Duda Mendonça no exterior. Parlamentares da comissão vão aos Estados Unidos na semana que vem para pedir a quebra do sigilo bancário do publicitário. O senador Delcídio Amaral, presidente da CPI dos Correios, afirma que “já estamos com o Itamaraty já agendando as audiências e não só em Nova York e Washington. Vamos possivelmente na semana que vem. Algumas informações só ficam prontas nessa semana”. Em correspondência enviada à CPI, o publicitário Duda Mendonça explicou que a diferença na movimentação financeira entre receita e despesa é decorrente do pagamento a prestadores de serviço. A informação é do sub-relator Gustavo Fruet.
