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sábado, 10 de maio de 2025

Local onde PM matou colega foi descaracterizado, diz perícia

13/01/2006 10h26 – Atualizado em 13/01/2006 10h26

Midiamax News

Um dia após o assassinato do cabo PM (Polícia Militar), Roberto Douglas Mendonça, 36 anos, as armas da vítima e a do suspeito, deixadas no local do crime – Rua Cajazeiras, bairro Aero Rancho, em Campo Grande – ainda não chegaram ao IC (Instituto de Criminalística), segundo o diretor da Coordenadoria de Perícias de Mato Grosso do Sul, Jorge Rasanauskas. A retirada do armamento significa a descaracterização do local e pode prejudicar as investigações, conforme revelou a presidente da APO/MS (Associação dos Peritos Oficiais de Mato Grosso do Sul), Rosely de Miranda Bispo. Dois agentes da PM2, serviço de inteligência da corporação, foram presos pelo homicídio.Conforme informações do boletim de ocorrência registrado às 8h53, quase nove horas depois que o crime aconteceu, quando a perícia e a equipe do plantão do 1º DP (Distrito Policial) chegaram no local, os envolvidos não estavam mais presentes. Eles já haviam sido levados para a Corregedoria da PM e a vítima para o HR (Hospital Regional Rosa Pedrossian), onde faleceu. Somente o Corsa, que era usado pelo autor, e a motocicleta, pela vítima, estavam no local.De acordo com Rosely, a obrigação das pessoas que fazem os levantamentos preliminares em locais de crimes é socorrer as vítimas, contudo, não poderiam ter recolhido as armas deixadas na rua. A presidente da entidade afirma que não acompanhou a ocorrência e não sabe detalhes do caso em específico, entretanto, garante que a retirada das armas compromete as investigações porque o local foi violado.“Se arma foi retirada com toda certeza não foi preservado. O local precisa ser mantido como foi terminado. A prioridade é socorrer as vítimas, mas as armas poderiam ficar no local. Isso compromete as investigações porque o que vale é o laudo pericial”, esclarece Rosely.O diretor da Coordenadoria revela que a arma de Mendonça e do policial, apontado como autor do disparo que vitimou o cabo, ainda não chegaram ao IC. Segundo Rasanauskas, o armamento está com a PM (Polícia Militar), que dispõe de prazo para apresentar o material retirado do local do crime. Contudo, ele pondera que o presidente do IPM (Inquérito Policial Militar), instaurado para apurar na esfera militar as circunstâncias da morte, pode não ter tido tempo para realizar todos os procedimentos necessários.A assessoria de imprensa da PM disse que “todos os procedimentos legais” foram realizados, mas não soube explicar onde estão as armas usadas pelos policiais envolvidos, nem confirmar se foram periciadas.O homicídio aconteceu quando o sargento Taveira e o soldado Pereira investigavam um ponto de distribuição de drogas na região, conforme revelado pelo comandante da PM, coronel José Ivan de Almeida, em entrevista ontem ao Midiamax, o que contraria a assessoria da instituição que divulgou que a dupla investigava assaltantes que utilizavam motocicletas nas ações.Taveira e Pereira, que estavam à paisana e em veículo descaracterizado, suspeitaram dos ocupantes da motocicleta onde a vítima era passageira e tinha como condutor um também policial militar, e ordenaram para que parassem. Conforme a PM, como a ordem não foi obedecida, o autor aproximou o veículo da moto e atirou em Mendonça, ferido no tórax.O sargento Taveira, o soldado Pereira e o soldado Antônio Carlos Lima, que pilotava a moto, chegaram a ser detidos. Taveira e Pereira, integrantes da PM2, o serviço de inteligência da corporação, foram autuados em flagrante pelo homicídio. Lima foi detido porque estaria conduzindo a moto com os faróis apagados.

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