11/01/2006 06h53 – Atualizado em 11/01/2006 06h53
Jornal da Globo
Setenta e quatro parlamentares devolveram até agora o dinheiro extra recebido pela convocação extraordinária. Muito bem, mas é pouco diante do que se gasta com os salários dos funcionários do Legislativo.A gratificação dos funcionários deve custar entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões ao Congresso durante a convocação extraordinária. Um valor quatro vezes maior do que o gasto previsto com os salários extras de deputados e senadores, que soma quase R$ 15 milhões. A conta é alta porque a Câmara e o Senado têm aproximadamente 23 mil funcionários que ganham, em média, R$ 10 mil. Só vai receber o dinheiro quem trabalhar a partir do próximo dia 16 de janeiro, quando começam as sessões do Congresso. Ezequiel Nascimento, o presidente do sindicato disse que em janeiro boa parte dos funcionários sai de férias. E não recebe. “Não é um privilégio aí, há uma remuneração por um trabalho feito”, diz Ezequiel Nascimento, presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo. As mesas diretoras da Câmara e do Senado ainda vão discutir o critério para pagar a gratificação, que pode depender do número de sessões e das horas extras trabalhadas. A casa calcula que ela vá ficar entre 30% e 40% do salário. Mas o certo, é que ela também poderá desaparecer, caso o Congresso aprove o projeto que reduz o recesso e acaba com o pagamento extra para deputados e senadores. O PFL apresentou mais um projeto que defende a redução do recesso de 90 dias, um antigo privilégio dos parlamentares. A proposta, defendida pelo deputado Rodrigo Maia, do PFL do Rio, reduz o recesso para 60 dias. Um meio termo entre a regra vigente e outro projeto que tramita no Congresso, que diminui o recesso para 45 dias. “O recesso de 90 dias era para outro momento, do passado, quando os deslocamentos eram mais difíceis. Sessenta dias é mais do que suficiente”, disse Maia.