10/01/2006 16h25 – Atualizado em 10/01/2006 16h25
Coluna de Arnaldo Jabor
Vamos logo, gente boa, vamos devolver essa grana. Deputados e senadores do barulho, vamos devolver.Mas na hora da devolução, ninguém se mexe. Há vários tipos de parlamentares. Há os pães duros radicais: “eu não devolvo nem um cacete de um tostão. Eu hein? Farinha pouca. Meu pirão primeiro”. Há também o Hamlet, o duvidoso. Devolvo ou não? Eis a questão. Talvez sim, talvez não. Ninguém está prestando atenção. E temos os espertos: “boa idéia de marketing. Eu devolvo porque isso me dá um lucro político em dobro. Devolvo. Eu devolvi”. E há aos que doam para casas de caridade. Tudo bem. Mas já houve deputado com casa de caridade recebendo a própria doação. E há os sinceros: “eu não vou dar coisa nenhuma”. E sai de cabeça erguida. E há alguns que a mulher não deixa devolver: “você não é honesto não. Você é burro. Se devolver, eu me separo”. Tudo isso mostra que o erro é mais embaixo. Não podia haver três meses de recesso por ano e nem 513 deputados desmoralizando a democracia representativa.