10/12/2005 11h03 – Atualizado em 10/12/2005 11h03
Diário de Cuiabá
O adolescente Tiago José de França, de 14 anos, foi baleado na perna por um policial militar identificado apenas como “Juarez” , que fugiu após o crime. A tentativa de homicídio ocorreu anteontem, por volta das 21 horas no bairro Bela Vista, em Cuiabá. Tiago estava em companhia de várias crianças brincando na rua. Em dado momento, o militar se irritou com o barulho e com o fato de uma delas ter jogado pedras na janela de sua casa. Conforme o relato de vizinhos, o militar saiu da casa com um revólver na mão e atirou contra o grupo que ainda brincava na calçada. Tiago foi atingido na perna direita. O projétil a perfurou e acertou a outra perna, onde ficou alojado. O disparo assustou vizinhos, que correram para a rua a fim de ver o que ocorrera. Um tio do garoto acreditava que se tratava de uma bomba. Vizinhos, ainda assustados com o que ocorreu, disseram que um irmão do militar gritou com ele, na hora do disparo, mas não adiantou. Após atirar, o militar saiu de casa na garupa de uma motocicleta pilotada pelo irmão. “Somos todos vizinhos e existe muitas crianças brincando na rua, de dia e à noite. Dizem que uma delas jogou uma pedra na janela da casa do policial e ele se irritou. Só porque tem uma arma, ele acha que pode ir atirando por aí?”, reclamou um vizinho. Revoltados com o militar, familiares do adolescente que estiveram no Pronto-Socorro de Cuiabá (PSC) se prontificaram a pagar o vidro da janela de Juarez, caso tenha danificado. “Atirar, isso não”, disse um parente. Os vizinhos não souberam informar o batalhão em que o militar está lotado e sua atual patente. A assessoria da Polícia Militar informou que não há como saber de qual policial que se trata pois há vários homônimos. A assessoria acrescentou que o caso será apurado pela Corregedoria Geral da PM. O caso será investigado pela Delegacia do Complexo do CPA. O delegado Hamilton César de Camargo vai chamar o adolescente e familiares para obter mais detalhes sobre o que realmente aconteceu. O militar poderá ser indiciado por tentativa de homicídio.