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domingo, 4 de maio de 2025

CRÔNICA:Rosinha minha canoa.

09/12/2005 13h52 – Atualizado em 09/12/2005 13h52

Desde sempre sou amante da leitura, quando adolescente li muito José Mauro de Vasconcelos. Rosinha minha canoa, quase decorei, a canoa falava…!Xengo delengo tengo, era assim que ela começava a conversa.Na minha imaginação eu pensava, conjeturava e concluía que a fala de Rosinha era um triste lamento.Senhores, hoje eu sou a Rosinha! Pois estou aqui a lamentar, fatos que tenho visto, ouvido, contudo não me calarei como Rosinha, pois ela tinha apenas um amigo, e eu creio ter muitos! Nestes últimos dias, o que mais se vê na mídia são denúncias em toda sorte de atividades, quer seja na política, na educação na saúde, nas empresas, seja ela de qualquer porte.Quero discorrer nesta prédica sobre as pequenas empresas e seus péssimos negócios, peço que a mais famosa rede de televisão do país me perdoe o trocadilho e quiçá o plágio. Ocorre que as pequenas empresas tal como Rosinha não faz outra coisa a não ser se lamentar pelo tanto de impostos que são obrigadas a pagar, sinceramente não me arriscarei os números exatos, quero pautar nesse momento é a dificuldade que essas empresas têm para trabalharem honestamente.Se as pequenas empresas são canoas, as grandes são transatlânticos, com um detalhe, os grandes fraudam, sonegam impostos, contudo têm como pagar o melhor jurista do Brasil para não ficar na cadeia. Já as Rosinhas, são fadadas a ficarem à mercê da sorte, ou melhor dizendo, vão à deriva. Permitam-me, senhores, serei agora um rábula das Rosinhas.Com tantas obrigações fiscais, as Rosinhas são obrigadas a contratar um número reduzido de trabalhadores num país de milhões de desempregados sem contar que os que trabalham, nem sempre têm em sua carteira o salário correto registrado.Pois é mister que Rosinha tenha lucro e sonegar é preciso, ou melhor, navegar!Navegar nas perigosas ondas desse imenso mar de incoerências que jaz esse nosso Brasil, injustiçadas então as Rosinhas sofrem as maiores vicissitudes no meio empresarial.Valendo-se de meios ilícitos para poder sobreviver em meio às tempestades. Já os grandes transatlânticos, poderosos que são mudam apenas o nome de suas empresas e saem a navegarem tranqüilos novamente , navegando, sonegando e por que não dizer contrabandeando.Já as Rosinhas se estraçalham no mar da impunidade.Como rábula defenderei as Rosinhas, ouvirei de novo seus lamentos e direi baixinho para ninguém ouvir ..sonegar é preciso! Eu te amo Rosinha… xengo delengo tengoSueli Batista Damasceno é professora pedagoga e poetiza atua na Escola D.Aquino Correa. T. Lagoas. MS.

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