07/12/2005 13h43 – Atualizado em 07/12/2005 13h43
Gazeta Mercantil
O tradicional Frigorifico Ceratti, há mais de 70 anos no mercado, está em negociações para, a partir do ano que vem, começar a exportar uma receita especial de seu mais conhecido produto, a mortadela, para o Oriente Médio e outras regiões de grande população muçulmana.
Na mortadela árabe, chamada halal, a carne de porco tradicional – que muçulmanos e judeus não consomem por normas religiosas – é substituída por carne de boi. Esta mortadela deve também ter o aval de um líder religioso que ateste normas rígidas de produção.
A Ceratti domina o segmento premium do produto com cerca de 80% de participação, em volume, no topo da pirâmide de consumo – dados AC Nielsen relativos ao período janeiro-agosto de 2005 mostram que a Ceratti, com produção de 4,1 mil toneladas no período, tem 4,2% mercado nacional de mortadela.
Mário Ceratti Benedetti, presidente e terceira geração da família à frente do Frigorifico Ceratti, que deve faturar R$ 60 milhões neste ano, conta que um dos embutidos que fabrica, a mortadela Ceratti light, elaborada com carne de boi, já tem o selo da Associação Muçulmana do Brasil na embalagem.
A mortadela halal já vem sendo fabricada para atender ao mercado interno no novo frigorifico que a Ceratti inaugurou no final do ano passado em Vinhedo, interior de São Paulo.
Embora o Frigorifico Ceratti esteja num período de ampliação – acaba de entrar no mercado de alimentos semiprontos com o lançamento de uma linha de pizzas resfriadas destinadas ao público A/B Ceratti, voltadas para o público A/B – as exportações de halal não estavam planejadas.
“Fomos procurados por empresários árabes. Um padeiro de Santana, bairro da zona norte de São Paulo, disse a eles que a nossa era a melhor mortadela do Brasil. Então eles nos procuraram para fechar negócio”.