30/11/2005 07h58 – Atualizado em 30/11/2005 07h58
O Dia
Interceptações de conversas telefônicas feitas pela polícia levaram à descoberta do envolvimento do soldado da PM Udylson Paulo Pereira de Oliveira – o Gilsinho, 26 anos – com a venda de armas e munição para aliados de Ronaldo Pinto Lima e Silva, o Ronaldinho, chefe do tráfico na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. Ontem, o policial foi excluído da corporação e preso. Em um trecho da gravação, ele diz ter acesso a todo tipo de armamento, “de estalinho até míssil”. Em outro trecho, ele fala que dispõe “de estalinho até canhão”. Gilsinho, que era do 1º BPM (Estácio), aparece em ligações negociando com traficantes da Ladeira dos Tabajaras e do Morro da Mineira, no Catumbi. O ex-PM chega a usar o nome do traficante Ronaldinho para falar com o chefão da Mineira. A conversa gira em torno da negociação de pistolas e fuzis, chamados no diálogo de “pequena” e “grande”, respectivamente. Com base nas escutas, os policiais da 12ª DP (Copacabana) solicitaram à 27ª Vara Criminal a prisão temporária do ex-soldado, que está na Polinter, por associação ao tráfico de drogas. As gravações também mostram Gilsinho chamando a atenção de traficantes da Mineira que se recusaram a pagar R$ 500 de propina para evitar operações no morro. “Por causa de cinco pernas (R$ 500), perdeu mais de 15 conto (R$ 15 mil). Sem contar que, p., a vida dos amigos dele que vale muito mais do que isso, entendeu?”, diz o ex-PM, referindo-se às mortes de dois traficantes e à apreensão de uma pistola e um Fuzil Automático Leve (FAL). Ex-PM negociava a devolução de armas Na mesma conversa, Gilsinho fala a um traficante não-identificado que, “dessa vez”, não vai poder fazer negócio para devolver o material apreendido. “(…) Aí, depois mandou um mototáxi vir, p., falou o bagulho (dinheiro) tá aqui (…) quer pagar os bagulhos de volta. Aí não dá mais, né parceiro, entendeu?”, ressalta o ex-soldado, que em outra interceptação negocia a devolução de uma pistola apreendida.
