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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Ex-policial que matou jornalista é condenado à prisão perpétua

29/11/2005 08h33 – Atualizado em 29/11/2005 08h33

EFE

O ex-policial Guillermo Wapille foi condenado hoje, por um tribunal de justiça das Filipinas, à prisão perpétua pelo assassinato do jornalista Edgar Damalerio em 13 de maio de 2002.Damalerio, editor e colunista do semanário Zamboanga Scribe e comentarista da emissora de rádio dyKP, morreu após levar um tiro quando voltava à noite para sua casa na cidade de Pagadian (sul).A corte regional de Cebu, cidade situada cerca de 600 quilômetros a sudeste de Manila, considerou Wapille culpado pelo crime, segundo a sentença de 12 páginas que foi lida em 40 minutos.O depoimento de Edgar Ongue, um granjeiro que presenciou o crime, foi fundamental para a condenação de Wapille.O processo judicial não foi fácil e esteve cheio de percalços: a testemunha Edgar Amoro morreu assassinada antes de subir ao palanque; Rudy Garcia, testemunha do tiroteio, morreu em 2003; Jeffrey Cervantes, outra testemunha, foi assassinado em 2004, assim como o agente Leonido Buhisan, o primeiro policial a chegar ao local do crime.O presidente da Comissão para a Proteção dos Jornalistas da União Nacional de Jornalistas das Filipinas, José Torres, considerou a sentença “uma pequena vitória da liberdade de imprensa, levando em conta as intimidações e os assassinatos de jornalistas nos dois últimos anos”.Segundo a União Nacional de Jornalistas das Filipinas (NUJP), 11 profissionais dos meios de comunicação morreram de maneira violenta neste ano por causa de seu trabalho. Em 2004, esse número chegou a 13.”Estamos contentes pela família de Damalerio, mas sabemos que Gemma (a viúva) e seus filhos queriam mais”, declarou Torres em um comunicado de imprensa, mencionando que a Polícia foi incapaz de descobrir quem ordenou o assassinato.”Podemos prender todos os assassinos, mas a liberdade de imprensa neste país continuará ameaçada enquanto não se desmascarem e punam os que estão por trás destes crimes”, acrescentou Torres.Neste sentido, a NUJP pediu ao Governo da presidente Gloria Macapagal Arroyo que resolva os assassinatos de jornalistas pendentes, a maioria dos 72 profissionais mortos no país desde a queda da “ditadura conjugal” de Ferdinand e Imelda Marcos, em 1986.

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