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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Casos já são considerados epidemia

25/11/2005 10h39 – Atualizado em 25/11/2005 10h39

Correio do Estado

A situação da leishmaniose em humanos na cidade de Campo Grande é alarmante, atingindo o “título” de epidemia. Esta é a avaliação do médico infectologista e diretor do Hospital Dia, no Hospital Universitário da Capital, Rivaldo Venâncio da Cunha. Para ele, “a situação fica mais crítica se pensarmos que nem todas as pessoas contaminadas manifestam a doença”. Venâncio também contesta os dados oficiais divulgados pelo município de Campo Grande. “Os números oficiais apontam que já foram confirmados cerca de 104 casos da doença na Capital, no entanto, nós que atendemos quase que diariamente pacientes de leishmaniose contabilizamos o dobro, aproximadamente mais de 200 doentes, desde o início deste ano”, disse.Isso porque, segundo o diretor do Hospital Dia, o município só considera os casos da doença que apresentam resultado positivo no exame aspersão da medula. “Este exame é impre-ciso e às vezes dá negativo mesmo naqueles pacientes que só reagem com a medicação específica para leishmaniose”, observou.Para ele, a cada dois dias surge mais uma pessoa contaminada com a enfermidade em Campo Grande. “Cerca de 90% dos casos de leishmaniose no Estado se manifestam dentro dos limites da Capital”, frisou. ExemploA dona de casa N.A.F., de 56 anos, moradora do Bairro São Conrado, é paciente do Hospital Dia do HU e já passou duas semanas internadas no Hospital Regional Rosa Pedrossian, com a doença. Ela é uma das muitas pessoas que o exame de leishmaniose deu negativo, mas que apresentou todos os sintomas da enfermidade e vem passando pelo tratamento específico.N.A.F. contou que seu cachorro não manifestava os sintomas da doença. “Depois que os médicos descobriram que eu não tinha gripe, mas leishmaniose, levaram o cachorro. A situação para aqueles lados do Bairro Buriti está ‘feia’, conheço três pessoas que também ficaram doentes”, disse a paciente. Segundo a dona de casa, tudo começou como uma gripe – “com febre, tosse seca, dores de cabeça e enjôos”. Conforme ela, “a febre não passava e os remédios para a gripe não faziam efeito, além do fato de que a barriga doía e aumentava de tamanho”. Para o médico infectologista, a paciente “deu sorte” de descobrir a doença no início.(AA)

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