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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Suspeito de ser o barão do tráfico reaparece na fronteira

24/11/2005 16h21 – Atualizado em 24/11/2005 16h21

Dourados News

O homem apontado como um dos principais elos do tráfico de cocaína na América do Sul surpreendeu as autoridades ao reaparecer na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai para conceder uma entrevista e negar o seu envolvimento com o comércio de drogas e com o assassinato de um influente político paraguaio numa colônia a 85 quilômetros de Ponta Porã.A edição de hoje do jornal paraguaio ABC Color, de Assunção, traz uma entrevista de página inteira com Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, acusado de ser um dos principais articuladores do esquema de compra de cocaína colombiana produzida no território sob controle das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Cabeça Branca é um dos cinco brasileiros mais procurados pelas autoridades antidrogas do Paraguai. A extradição foi expedida pelo juiz federal Odilon de Oliveira em julho, quando ainda estava na comarca de Ponta Porã, onde Luiz Carlos da Rocha responde a processo em que é denunciado por pertencer a uma das maiores quadrilhas de tráfico internacional. Na entrevista, feita pelo correspondente do jornal Candido Figueredo em uma fazenda do lado brasileiro da fronteira, à qual foi levado em um pequeno avião, Cabeça Branca afirmou que “quase não existem suspeitas da Justiça brasileira sobre minha pessoa em tráfico de drogas”. O jornal não revela o local do encontro, mas acredita-se que seja em algum ponto das proximidades de Ponta Porã.A aparição de Cabeça Branca na fronteira surpreendeu autoridades brasileiras. O serviço de inteligência da Polícia Federal acreditava que ele estivesse escondido no Suriname depois da prisão de seu irmão Carlos Alberto da Rocha, o Tobe, na maior apreensão de cocaína ocorrida no Rio de Janeiro, em janeiro deste ano. Tobe foi preso junto a outros membros de uma quadrilha que preparava para embarcar para Portugal duas toneladas de cocaína escondidas em cortes de carne bovina.”Atualmente existe no Brasil um processo que investiga se realmente a acusação se ajusta à verdade”, disse ele, cuja fotografia aparece junto a outros quatro brasileiros em cartazes espalhados pela polícia antidroga paraguaia em todo o país. No mesmo cartaz, estão estampadas a foto de Fahd Jamil e de Erineu Soligo, o “Pingo” – ambos condenados em sentenças do juiz Odilon.No Paraguai, Cabeça Branca é acusado de ser um dos mandantes do assassinato a tiros de Félix Antonio García, um influente fazendeiro e político na fronteira com o Brasil. García foi morto em uma propriedade rural na localidade de Aquidaban Cañada, próximo à cidade de Yby Yau, um dos principais pontos de concentração de terras utilizadas por agricultores e pecuaristas brasileiros no ParaguaiCabeça Branca disse que saiu do Paraguai “há mais de um ano” e que vendeu suas propriedades no país, inclusive a fazenda em Yby Yau. Ele admitiu ter mantido negócios com García, de quem arrendara terras para pastagem de gado, mas negou veementemente envolvimento com o crime.García “foi um grande amigo pessoal meu de muitos anos e isso sua família pode confirmar. Se eu pudesse, estaria agora ajudando a esclarecer este covarde crime”, disse ele.Ele também questionou a busca das autoridades paraguaias. “Sou procurado pela Justiça paraguaia com base em um simples pedido de um juiz brasileiro. Não existe um pedido oficial de extradição de parte da Justiça brasileira”, afirmou.Acusações – O principal problema de Cabeça Branca com a justiça surgiu da acusação de ele liderar junto com Carlos Roberto da Silva, o Charles, um grupo que usava sete aviões para levar a droga da Colômbia para o entreposto paraguaio. A cocaína entra no Brasil pela fronteira com Mato Grosso do Sul, principalmente pelas regiões de Ponta Porã e Corumbá, e é levada para São Paulo e Paraná, para distribuição no País e no exterior.

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