16/11/2005 14h47 – Atualizado em 16/11/2005 14h47
Midiamax news
O fundador do PCC (Primeiro Comando da Capital), José Márcio Felício, o “Geleião”, pode perder o direito de progressão de pena caso seja condenado por homicídio duplamente qualificado, em processo que está sendo julgado hoje em Campo Grande. Os defensores públicos Danilo Coelho das Neves e Iran Pereira da Costa Neves tentam reduzir a pena, dizendo que não há provas suficientes para enquadra-lo na tipificação. José Márcio já tem 62 anos de condenação e já está preso há 25 anos e seis meses, podendo recorrer à liberdade em cinco anos.O inquérito do MPE (Ministério Público Estadual), segundo os defensores, foi baseado no depoimento de Luciano Rogério Ardel, detento do ESPM (Estabelecimento Penal de Segurança Máxima) e que teria assumido o homicídio de Antônio Carlos de Lima, o “Beiço”, ocorrido no dia 16 de abril de 2000. Ele teria sido pressionado por José Márcio, o verdadeiro autor do crime. Luciano acrescentou em depoimento que Antônio teria sido executado pois iria delatar um plano de fuga.Hoje no julgamento, José Márcio confessou autorida do crime, que teria sido motivada pelo controle do tráfico dentro do presídio. Antônio foi morto a 33 golpes de faca, e teria sido assassinado com auxílio de outros quatro detentos do Segurança Máxima, além de Geleião. A defesa diz que o motivo alegado – a delação de fuga – não pode ser comprovada e por isto, não teria como ser embasada neste fato.Outro fato apontado pelo MPE que poderia agravar a pena – a do elemento surpresa – também foi desconsiderada pelos defensores, que alegaram que a morte de Antônio Lima já era anunciada e sabida até pela adminstração do presídio. O desentendimento dele e de Geleião havia sido demonstrado durante uma partida de futebol, ocorrida no dia 9 de maio de 2000. Os advogados desqualificaram o depoimento de Luciano Rogério, pois não há provas de que ele tenha presenciado a execução e que tenha sido realmente ameaçado a assumir a culpa.
