06/10/2005 14h26 – Atualizado em 06/10/2005 14h26
AP
Ada Makiri, mãe de nove filhos, sorria em uma cama de hospital, após passar quatro dias presa entre dois amigos mortos, nas ferragens de um carro batido.Makiri, 46 anos, encontra-se em situação estável em uma unidade de tratamento intensivo, depois de sofrer queimaduras, fraturas e hipotermia em uma experiência árdua que começou na segunda-feira. Foi nesse dia que o carro em que andava bateu, enquanto ela dormia. Quando acordou, encontrou seus dois amigos mortos, além de estar machucada e presa nas ferragens.Ada foi encontrada nesta quinta por um caminhoneiro, Ross Hedley. O parceiro de Hedley, Frank Huia, declarou que, quando o carro deles quebrou na rodovia, eles escutaram o que, inicialmente, pensavam ser uma vaca, mas que mais tarde perceberam ser pedidos abafados de socorro.“Eu desci e dei uma olhada, ouvi uma mulher pedindo por socorro”, Huia contou para a Radio Nacional. “Ela estava falante, queria beber água. Mas nós não podíamos tirá-la de lá. Ela estava presa”.Depois da batida, o painel do carro marcava 5:50 da manhã, o motorista e a outra passageira não se moviam. Makiri estava imobilizada, com apenas sua mão esquerda livre e o telefone celular sem funcionar. “Eu chamava, perguntava se estavam bem, sentia seus pulsos, e nada”, ela conta.As árvores e o mato cobriram o carro batido, impossibilitando que o acidente fosse visto da rodovia. Makiri passou quatro dias gritando por ajuda e as noites sinalizando com uma pequena tocha. Para beber água, usava a garrafa de um de seus amigos mortos para coletar água da chuva.Ela conta que pensava sobre seus nove filhos e podia ouvir os carros na auto-estrada acima, mas que nenhum diminuía a velocidade. Até que ouviu a voz de Hedley: “meu cavaleiro de armadura brilhante, eu disse. Apenas venha, segure minha mão e estarei salva. E ele assim o fez”.
