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quarta-feira, 2 de julho de 2025

ONU condena regras para referendo no Iraque

05/10/2005 09h14 – Atualizado em 05/10/2005 09h14

BBC Brasil

A ONU criticou oficialmente nesta terça-feira (4) as mudanças na lei eleitoral do Iraque, que tornaram mais difícil uma rejeição ao projeto de Constituição pelos iraquianos. Agora, a maioria de dois terços de votos em três províncias exigida para a rejeição da Constituição será calculada com base nos eleitores registrados, ao invés do total de eleitores que efetivamente compareçam às urnas. Logo, ficará mais difícil para os sunitas rejeitarem a Carta nas províncias em que eles são maioria, especialmente porque a tendência é que muitos eleitores não compareçam às urnas com medo da violência. Os sunitas reagiram raivosamente às alterações aprovadas nas regras do referendo marcado para o próximo dia 15 pelos deputados xiitas e curdos em uma sessão no Parlamento iraquiano no último domingo (2). “Expressamos nossa posição para a Assembléia Nacional e a liderança do governo”, disse José Aranaz, um assessor jurídico da equipe eleitoral da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque, em entrevista para a agência Reuters. Aranaz declarou que a decisão do Parlamento era inaceitável e não atende a padrões internacionais. “Esperamos que amanhã (quarta-feira, 5) a situação seja esclarecida.” Muitos sunitas opõem-se ao projeto de Constituição sob a justificativa de que, ao adotar uma tônica excessivamente federalista, ela possa esvaziar os cofres do governo central, ao permitir que as províncias ricas em petróleo retenham boa parte do dinheiro lá gerado. As grandes reservas de petróleo do Iraque ficam no sul – de maioria xiita – e no norte – de maioria curda.

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