05/10/2005 11h43 – Atualizado em 05/10/2005 11h43
Da Redação
Na manhã desta quarta-feira (5), durante audiência realizada pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que ouviu o assessor de finanças, afastado, Aguinaldo Alves, o vereador petista, Claudio César de Alcântara, sugeriu a desqualificação do técnico em software, Julierme Leal, ouvido, em setembro, pela Comissão durante processo que investiga possíveis irregularidades na administração do legislativo no biênio 2003/04. Naquela oportunidade Julierme fez uma série de denúncias, no entanto, até o momento não apresentou documentos que comprovam tais denúncias. Alcântara afirmou que a CPI está à mercê de denúncias sem provas. “Ele tinha 72 horas para apresentar provas documentais, mas até agora não o fez. Ele já foi procurado pelo presidente da CPI, mas não foi encontrado”, desabafou o petista. O técnico prestou depoimento dia 1 de setembro. O vereador também confirmou que o técnico fez as mesmas denúncias no Ministério Público, e que também não apresentou provas.O mesmo tom de argumentação foi feito pelo vereador do PMDB, Antonio Rialino. O peemedebista afirmou que a CPI tem poder de polícia e que pretende sugerir ao presidente, Jorginho Aparecido Queiroz (PSDB), que faça nova convocação de Julierme Leal. DEPOIMENTOEm seu depoimento, Aguinaldo Alves negou que tenha efetuado pagamentos irregulares e confirmou não saber que os documentos contábeis da Câmara estavam na residência do então presidente do Legislativo, Valdomiro Aguirre (sem partido). De acordo com ele, o sumiço dos documentos pode ter ocorrido durante recesso parlamentar.Sobre o pagamento efetuado ao assessor da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento de Três Lagoas, Luiz Antonio Pinheiro, ele confirmou e informou que atendeu pedido do vereador Valdomiro Aguirre. O pagamento teria sido feito em cheque. Sobre a função de Luiz Antonio, Aguinaldo falou que foi por serviços prestados como assessor parlamentar. Questionado sobre declarações feitas pelo técnico em softwear que o acusava de manipular documentos, retrucou veementemente afirmando que “Julierme é um mentiroso. Ele é um vendedor de ilusões”.Mais uma vez os membros da Comissão se confrontaram no quesito perguntas. O vereador, Jorge Aparecido Queiroz, presidente da CPI, havia determinado o número de três perguntas para os vereadores, no entanto, não estaria sendo cumprido. Durante a sessão, a vereadora Vera Helena se irritou com o relator Gilsemar José Ferreira, e o interrompeu, alegando que o mesmo excedia o número permitido o que estaria prejudicando os demais vereadores de formularem questionamentos. Participaram da comissão; Luiz Antonio Empke Junior (PV), Vera Helena Arsioli Pinho (PDT), Ângelo Guerreiro (PSB), além de Antonio Rialino. A sessão foi finalizada, sem a imprensa e os participantes serem informados sobre o nome do próximo depoente e a data que ocorrerá. Para o vereador Claudio César, o depoimento foi esclarecedor. “Ele esclareceu muitas coisa, mas os documentos que o técnico Julierme não apresentou, mostra que algo está errado. Vamos tentar novamente falar com ele, do contrário re-convocaremos para depor”, frisou.Aguinaldo Alves do plenário saiu sem dar entrevista aos órgãos de imprensa que estavam no local.