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sexta-feira, 27 de junho de 2025

Professores dizem haver erros no Enem

26/09/2005 08h59 – Atualizado em 26/09/2005 08h59

UOL Educação

A prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi realizada ontem por cerca de 3 milhões de candidatos e, segundo a avaliação de professores de cursinho, apresentou duas questões que não permitem respostas e uma terceira que teria duas alternativas corretas. Erros de português e imprecisões também foram apontados.Segundo o coordenador do Anglo, Sezar Sasson, os erros de linguagem chamaram a atenção. “Isso não aconteceu no ano passado. Houve falta de crase, vírgula, problemas de concordância”, disse. “Não pode acontecer esse tipo de coisa, a primeira competência cobrada é o domínio de linguagem. É uma pena, pois é um formato de prova em que acreditamos e mede mais competências do que o conteúdo”, afirma.O professor de português do Objetivo Fernando Teixeira de Andrade diz que há duas respostas para a questão 63 da prova amarela. A questão comparava um trecho do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a um desenho de Cândido Portinari e perguntava se o quadro era fiel à descrição.Para ele, as respostas A (desenho tem detalhes que não constam no texto) e B (cena é fiel ao texto), são corretas. “O conceito de fidelidade relacionado à transposição do verbal para o visual não se aplica. A imagem não deixa de ser fiel ao espírito do texto.”O professor afirma ainda que a prova apresentou dois erros de transcrição de trechos literários de Mário de Andrade -que teve um erro de digitação- e de Carlos Drummond de Andrade, com problema na divisão de estrofes do “Poema de Sete Faces”.A coordenadora de português do Etapa, Célia Passoni aponta problemas na questão 25 da prova amarela, sobre um desenho de Henfil. Na sua avaliação, a tira não faz crítica à situação dos trabalhadores, como está no gabarito. Segundo ela, nenhuma das alternativas apresentadas eram cabíveis.O coordenador do Anglo ainda destaca que a questão 49 da prova amarela, que tratava sobre biologia, teria ficado sem resposta por um problema no gráfico apresentado, que inverteu a legenda.A coordenadora do Objetivo, Vera Lúcia Antunes, afirma que as imprecisões saltaram aos olhos nesta edição da prova. Mas pondera: “Houve questões muito bem feitas também”. Outra crítica que ela faz é sobre o caráter interdisciplinar do exame, que ficou restrito a química, biologia, geografia e português. “História, por exemplo, só teve uma pergunta”.RedaçãoA redação deste ano versou sobre o tema do trabalho infantil. Diferentemente do ano passado, quando abordou a criação do Conselho Federal de Jornalismo, problema em pauta naquele momento, o tema deste ano deixou de lado a conjuntura política e o escândalo do “mensalão”.Para a professora Maria Aparecida Custódio, do laboratório de redação do Objetivo, o tema era “previsível”. “Já era esperado que a crise política não passaria nem perto do Enem”, disse. “A novidade da proposta deste ano é que, entre os quatro textos para reflexão, um deles defendia o trabalho infantil, falando do traço de formação do caráter.”Daniele Vitoriano, 18, e Flávia Araújo, 17, prestaram o exame pela primeira vez. Alunas de uma escola pública no centro da cidade, elas deverão utilizar a prova para ingressar no Prouni (Programa Universidade para Todos). “Fiz as 15 linhas da redação, que era o pedido”, disse Daniele.

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