26/09/2005 16h11 – Atualizado em 26/09/2005 16h11
Agência Nordeste
Após 50 dias de descoberto, o túnel que deu fuga para a quadrilha que roubou R$ 164,7 milhões da agência do Banco Central em Fortaleza ainda não foi fechado. A prefeitura de Fortaleza busca uma solução para o impasse criado entre o Banco Central e empreiteiras. A dificuldade é financeira. No projeto da prefeitura, o valor do fechamento sairia por R$ 15 mil, mas das empresas de construção civil procuradas, a que apresentou o menor valor foi de R$ 45 mil. Com isso a prefeitura busca fornecedores na Paraíba que venda a betonita (argila processada) com preço mais em conta.
O túnel tinha 78 metros. Cinco metros já foram fechados pelo BC. Era a parte que dava para o caixa-forte assaltado, partindo da calçada da agência. Os 73 metros restantes, que vai da casa alugada na Rua 25 de Março, a uma quadra da agência, até a calçada, continuam abertos. Segundo o secretário da infra-estrutura de Fortaleza, Luciano Feijão, o túnel não oferece risco de desabamento, mas a prefeitura tem pressa de fechar para evitar problemas futuros. O BC diz que pagará o fechamento de acordo com o orçamento previsto pela prefeitura.
Hoje, o juiz da 11ª Vara Federal no Ceará, Danilo Fontenelle Sampaio, deve marcar os depoimentos de 22 testemunhas de acusação contra os empresários José Charles Machado de Morais, José Elizomarte Fernandes Vieira e Francisco Dermival Fernandes Vieira; o motorista Tadeu de Souza Matos; Antônio Jussivan Alves dos Santos (Alemão) e Marcos Rogério Machado de Morais (Marcos Cabeção). Os seis foram denunciados pelo Ministério Público Federal acusados de envolvimento no roubo.
Somente Charles Machado está preso na carceragem da Polícia Federal em Fortaleza. Elizomarte e Dermival respondem o processo em liberdade, enquanto Tadeu, Alemão e Marcos Cabeção são considerados foragidos.
Os advogados dos empresários, que foram interrogados na semana passada, têm a partir de hoje três dias para apresentar a defesa prévia por escrito ao juiz. Nela os advogados indicam até oito testemunhas de defesa por cada acusado. Os três são acusados de lavagem de dinheiro por terem vendido, por R$ 980 mil, 11 carros de luxo para integrantes da quadrilha.
Dos três considerados foragidos, o Ministério Público denuncia que Alemão e Marcos Cabeção sejam líderes da quadrilha. Já Tadeu foi visto com notas de R$ 50 em mochilas, em Madalena, a 290 quilômetros de Fortaleza, que poderiam ser do assalto.