10/08/2005 09h29 – Atualizado em 10/08/2005 09h29
Terra
O depoimento do empresário Marcos Valério ontem na CPI do Mensalão foi marcado por discursos subjetivos e por cenas inusitadas. A senadora Heloisa Helena, que não faz parte da CPI, chegou ao local solicitando a palavra e dizendo ter ido até lá para “quebrar os dentes” do publicitário. Houve um burburinho geral e Valério ficou com cara de espantado. O motivo da ira da senadora é que Marcos Valério, ao ler uma lista de sacadores de recursos na campanha de 98, citou uma certa Heloisa Helena. A senadora disse ter recebido vários telefonemas para avisá-la e chegou lá dizendo ser “Lima de Moraes”, não “Barras Escomini” – se referindo ao sobrenome da citada na lista. A senadora pediu retificação e foi interrompida pelo deputado Devanir Ribeiro (PT-PR), alegando que ela estava fazendo discurso. O deputado João Fontes (PDT-SE) foi interceder em favor da senadora e ouviu de Ribeiro a advertência: “O senhor fique quietinho”. Marcos Valério fez a retificação. Um dos primeiros deputados a questionar Marcos Valério foi Wladimir Costa (PMDB-PA) que iniciou sua fala com a “saudação aos meus seis milhões de irmãos do Estado”. Acabou sendo interrompido por três vezes pelo presidente da CPI, Amir Lando, pedindo objetividade e para que ele tratasse Marcos Valério de senhor, não você. Costa perguntou se o empresário acreditava em Deus e ouviu a resposta: “Hoje mais do que nunca”. Depois disso, o deputado insistiu em discursar: “Em nome desse Deus, de sua esposa, de sua filhinha de 14 anos, em nome dessa criança que Deus colocou para ser anjo ao lado de nosso senhor Jesus Cristo (ele se referira ao filho do empresário que morreu de câncer), chega de omissão, de proteger tropa de políticos corruptos que não estão poupando nada não. Querem ver você jogado no abismo. Não merecem qualquer tipo de proteção ou omissão de sua parte”.




