13/05/2005 17h33 – Atualizado em 13/05/2005 17h33
RMT On Line/MT
Uma mulher foi detida e teve que passar a noite na delegacia em Sinop porque estava transportando duas sacolas com farinha de mandioca. A polícia desconfiou que a farinha era cocaína.A mulher, que prefere não se identificar, viajava de Cuiabá para Alta Floresta. Ela parou na rodoviária de Sinop e foi a pé procurar um hotel. A polícia a obrigou a parar e a revistou. “Tiraram minhas coisas e colocaram na calçada. Quando revistaram a outra bolsa, viram as sacolas com farinha. Um policial perguntou o que era aquilo e eu disse que era farinha”, disse. A vítima conta que um dos policiais confirmou que o que ela carregava era farinha, mas o outro policial desconfiou. “Ele disse que era muito estranha aquela substância. Perguntou para quem eu estava levando e eu disse que era pro meu consumo. Então, ele disse que nunca viu nenhuma mulher carregar farinha para comer”.Enquanto ela ficou detida durante toda a noite, o produto na sacola foi analisado e constatado que era só farinha de mandioca. Um amigo da vítima, que foi chamada para prestar socorro a ela, também ficou detido.Certo ou erradoO coronel Jorge da Cruz, comandante da PM na região norte de Mato Grosso, disse que o trabalho policial foi correto. Ele explicou que a partir do momento em que os policiais receberam uma denúncia anônima de que alguém estava transportando substância tóxica, os policiais tinham o dever de averigüar se era droga ou não. “É preferível, se errarmos, errarmos por excesso do que por omissão”, avaliou o coronel.A vítima disse que vai à justiça reclamar o humilhação que passou. “Não há dinheiro que possa pagar o constrangimento que passei”, disse. O advogado dela, Renato Nascimento, afirma que irá buscar os meios legais para que ela seja indenizada.