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sábado, 17 de maio de 2025

Doença de Chagas em MS coloca Ministério da Saúde em alerta

01/03/2005 10h36 – Atualizado em 01/03/2005 10h36

Midiamax News

Após cinco anos sem registro da doença de Chagas em Mato Grosso do Sul, um indígena foi contaminado em uma propriedade rural localizada no município de Dourados em fevereiro deste ano. O caso colocou em alerta o Ministério da Saúde que determinou que uma equipe técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde venha ao Estado para averiguar a situação da doença de Chagas. A equipe deve chegar amanhã a Mato Grosso do Sul, mas os detalhes da ação a ser desenvolvida ainda não foram definidos pela assessoria de imprensa do Ministério. As únicas informações obtidas extra-oficialmente indicam que os trabalhos serão desenvolvidos em municípios do interior, já que em Campo Grande não existem indícios da doença. A doença, que foi descrita pela primeira vez no País em 1909 por Carlos Chagas, também é conhecida como tripanossomíase por Trypanosoma cruzi ou tripanossomíase americana (terminologia adotada pela Nomeclatura Internacional de Doenças, NID). O Trypanosoma geralmente é transmitido de um hospedeiro a outro por insetos – no caso humano, o principal vetor é um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão (insetos das espécies Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus). O Trypanosoma é transmitido no ato de alimentação do vetor. Assim que o barbeiro termina de se alimentar, ele defeca, eliminando protozoários e colocando-os em contato com a ferida e a pele da vítima. A doença de Chagas também pode ser transmitida por transfusão de sangue ou durante a gravidez, de mãe para filho. Normalmente o quadro clínico da infecção surge de 5 a 14 dias após a transmissão pelo vetor e 30 a 40 dias para as infecções por transfusão sanguínea, mas as manifestações crônicas da doença de Chagas aparecem mais tarde, na vida adulta. A fase grave é caracterizada por febre de intensidade variável, mal-estar, inflamação dos gânglios linfáticos e inchaço do fígado e do baço. Podendo ocorrer e persistir durante até 8 semanas uma reação inflamatória no local da penetração do parasito (inchação), conhecida como chagoma. O edema inflamatório unilateral das pálpebras (sinal de Romaña), ocorre em 10 a 20% dos casos. As manifestações fatais, ou que podem constituir uma ameaça à vida, incluem inflamação do miocárdio (músculo presente no coração) e inflamações que comprometem a meninge e o cérebro. A fase crônica sintomática decorre com maior freqüência de lesões cardíacas, com aumento do volume do coração, arritmias cardíacas, e comprometimento do trato digestivo, com inchação do esôfago e do estômago. A enfermidade é diagnosticada por exame de sangue. Não existe vacina contra a doença de Chagas, e a melhor maneira de enfrentá-la ainda se dá por meio da prevenção e do controle, combatendo sistematicamente os vetores, mediante o emprego de inseticidas eficazes, construção ou melhoria das habitações de maneira a torná-las pouco próprias à proliferação dos triatomíneos, eliminação dos animais domésticos infectados, uso de cortinados nas casas infestadas pelos vetores, controle e descarte do sangue contaminado pelo parasita e seus derivados.

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