11/01/2005 09h10 – Atualizado em 11/01/2005 09h10
Midiamax News
O período de chuva e o péssimo hábito de jogar lixo nos terrenos baldios estão contribuindo para aumentar o risco de infestação de mosquitos da dengue e da leishmaniose em Campo Grande. Em terreno baldio localizado na Rua Carlos Gomes, paralela à Avenida Norte, no bairro Monte Castelo, por exemplo, a vizinhança tem jogado lixo doméstico, material de construção, móveis, banco de carro e pneus que acumulam as águas das chuvas, formando um ambiente ideal para a proliferação, não só do mosquito da dengue, como o da leishmaniose, já que são encontrados no local animais e outros dejetos em decomposição.
“É tudo muito preocupante. A limpeza é feita com certa regularidade, mas as pessoas voltam a jogar o lixo aqui”, explicou Eraldo de Oliveira e Souza, morador há 20 anos do bairro. Ele tem vizinhos que foram contaminados pela dengue e diz que, conhecendo a doença, faz a parte dele. “Em casa não deixo água acumulada, mas isso aqui não tem controle”, conclui reclamando do fedor.
O lixo já toma conta da rua e, conforme a agente de saúde Aparecida Franco Ramires, “hoje você não viu nada, tem dia que não dar pra passar de carro nem mesmo a pé”, disse à reportagem. Aparecida e o agente Taísio Alves Pimentel informaram que existe uma cultura local de que a pessoa pensa “se ele joga o lixo aqui, vou jogar também”. Isso mesmo com o trabalho de conscientização realizado. “Tem gente que contrata o trabalho de um carroceiro para fazer a limpeza na sua casa e tudo é jogado aqui”, afirma Pimentel. Um costume que, segundo os agentes, não tem classe social.
Apesar do criatório a céu aberto, a população tem contado com a sorte. De 1º de janeiro a 30 de dezembro do ano passado foram registrados 878 casos de pacientes com suspeita de dengue em Campo Grande, uma redução de aproximadamente 70% em comparação ao mesmo período de 2003, quando foram registrados 3.780 casos. Em 2004, dos 878 casos registrados apenas 17 foram confirmados como sendo dengue do tipo clássica.