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domingo, 20 de julho de 2025

Acampado da fazenda São João denuncia jagunços

11/01/2005 16h51 – Atualizado em 11/01/2005 16h51

Midiamax News

Os sem-terra do assentamento Nova Conquista, em Nova Alvorada do Sul, denunciam nova ameaça feita pelos seguranças da fazenda São João, onde se localiza o acampamento. Seis dos sete acusados de terem atentado contra os trabalhadores foram soltos e pelo um deles, José Edson dos Santos, teria voltado a ameaçar os assentados e atirado contra uma placa do assentamento. A procuradoria do Incra (Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária) deve pedir, por meio do MPF (Ministério Público Federal) que seja pedida prisão preventiva.

No dia 21 de novembro, sete pessoas foram presas, acusadas de terem sido responsáveis por ataque a tiros no assentamento. No mesmo dia, quatro deles foram presos: José Edson dos Santos, Marcos Martins Pinto Bonafé, João Aparecido Ponciano, Antonio Celso Honório Júnior e Antonio Oliveira Chaves, todos apontados como jagunços do arrendatário das terras, Nilson Vitale. Os outros dois, Odair Barreto de Oliveira e Francisco de Assis Barbosa foram capturados pelos sem-terra e entregues à Polícia Militar. Segundo os trabalhadores rurais eles foram encontrados com duas escopetas calibre 12, uma pistola calibre 22 e dois revólver calibre 38, informações contestadas pela defesa, que alegou que os acampados “plantaram” as armas.

Na madrugada de 31 de dezembro, seis foram liberados pela polícia. O acampado Leonildo da Silva disse que às 6 da manhã, na Vila Plana, em Nova Alvorada, foi acordado com os gritos de José Edson, conhecido também como “Batata”. Leonildo saiu e viu o jagunço com outros dois homens em uma caminhonte que gritava: “f.d.p., olha para mim, seu covarde”. O acampado disse que deois dos xingamentos, os três foram embora.

No mesmo dia, mais tarde, os três homens foram vistos na estrada que dá acesso ao acampamento Nova Conquista. Leonildo da Silva contou que um dos acampados voltava para o local com a família – a mulher e bebê – quando um dos três atirou na direção dele. “Ele me contou que saiu correndo, mas eles atiraram só para intimidar; depois eles deram quatro tiros na placa indicativa do assentamento”, disse. Novamente, o único reconhecido foi José Edson dos Santos.

O procurador-regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Antônio Augusto de Souza, orientou os acampados a registrar boletim de ocorrência, o que será feito ainda esta tarde. Leonildo Silva disse que não havia procurado a polícia “pois tinha uma cisma” com o delegado responsável pelo inquérito, Natanael Matias. “Agora que me falaram que é outro a gente se sente mais seguro”.

Antônio Augusto de Souza disse que caso seja confirmada a denúncia, seria reicidência inaceitável, “um caso de segurança pública”. O procurador aguarda o envio de cópia do boletim de ocorrência para que possa entrar em contato com o MPF e propôr que seja pedida prisão dos envolvidos. A área foi desapropriada em 2003, mas uma liminar da Justiça Federal barrou a emissão da posse.

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