11/01/2005 17h08 – Atualizado em 11/01/2005 17h08
Dourados News
As autoridades argentinas afirmaram que o brasileiro Eduardo Alvarenga da Silva, que morreu na semana passada no monte Aconcágua, o mais alto da América, foi vítima de sua própria “negligência” e a de sua mulher, que o acompanhava.
Os dois alpinistas escalaram o Aconcágua sem guias e chegaram ao cume em um “horário inadequado”, sem os “equipamentos adequados”, segundo um comunicado oficial difundido nesta terça-feira.
O comunicado da Direção de Recursos Naturais da província de Mendoza, que controla o Aconcágua, responde a declarações nas quais a mulher de Eduardo, Rita Bragatto, sustenta que ele morreu por “falhas” na operação para resgatá-los.
Bragatto, de 34 anos, e seu marido, de 40, escalaram o Aconcágua, de quase 7.000 metros de altura, na quinta-feira passada, mas na volta o casal se perdeu ao anoitecer.
Eduardo morreu na sexta-feira pela manhã de uma parada cardíaca em um acampamento situado cerca de 6.100 metros de altura, aonde o casal foi levada por outros alpinistas que os acharam inconscientes a 600 metros do cume.
A julgamento das autoridades argentinas, houve “negligência” dos brasileiros, tanto por não contratar guias como pela hora na qual chegaram ao topo e o tempo que permaneceram lá.
A nota, assinada pelo diretor de Recursos Naturais de Mendoza, José Leopoldo León, diz que em uma das paradas no caminho para o cume, Rita fez “comentários” acerca de que seu marido “manifestava dores no peito”. A mulher do montanhista negou isto em sua declaração escrita sobre o acidente, aponta o comunicado.
Também informa que o casal “carecia de informação para subir as colinas superiores a 6.000 metros” e “achou muito cara” a contratação de guias.
O comunicado indica que existe a hipótese de que o brasileiro começou a apresentar os sintomas de um infarto de coração “no próprio cume ou antes, sem que se desse conta”.
As autoridades consulares do Brasil informaram que esperam que nas próximas horas as tramitações judiciais para levar os restos do morto a seu país sejam concluídas.
Estadão