07/01/2005 11h10 – Atualizado em 07/01/2005 11h10
EFE
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional de Migrações (OIM) disseram nesta sexta-feira que confirmaram apenas um reduzido número de casos de tráfico de crianças indonésias após o terremoto de 26 de dezembro. Nos últimos dias, especialistas da OIM avaliaram essa situação e “os casos confirmados até agora são mínimos, mas é necessário que o governo da Indonésia, as organizações internacionais e não-governamentais se mantenham alertas”, disse a porta-voz Niurka Piñeiro.
A porta-voz disse que em Banda Aceh, ao norte da ilha indonésia de Sumatra, foram verificados dois casos de “adoção ilegal” e outros sete de mulheres vítimas de quadrilhas de traficantes que foram submetidas a abusos sexuais.
Aceh foi a área mais castigada pelo maremoto que atingiu a costa do sudeste asiático em 26 de dezembro e calcula-se que só ali cerca de 35 mil crianças ficaram órfãs.
Nesse sentido, o especialista Richard Danziger afirmou que o aumento da vulnerabilidade das populações atingidas pela catástrofe natural “requer uma maior ênfase na prevenção e na proteção”.
A OIM anunciou que reforçará seus programas de luta contra o tráfico de pessoas já existentes em todos os países da região devastada por esse desastre natural.
Por sua vez, o Unicef confirmou dois casos de tráfico de crianças, assim como a utilização das mensagens de texto através de celulares para oferecer crianças de três a dez anos provenientes de Aceh e que – segundo a mensagem – poderiam ser levadas para qualquer parte do mundo.
Após saber deste mecanismo e como medida de prevenção, o governo de Jacarta decretou uma suspensão das adoções e a proibição de que todo menor de 16 anos deixe a província de Aceh.
Como medida imediata para proteger as crianças que ficaram órfãs, o Unicef abrirá neste fim de semana três centros de atendimento infantil nessa região da Indonésia, que se somará a um que já está funcionando.
A agência da ONU planeja abrir no total vinte centros, onde são oferecidos cuidados de emergência, atendimento psicológico, além de tentar unir irmãos separados e buscar outros familiares.
Uma porta-voz, Wiviana Belmonte, lembrou que o tráfico de menores era um problema latente na Indonésia antes da catástrofe, mas reconheceu que na atual situação é mais fácil praticar esta atividade ilegal. “É preciso tomar muitas precauções, particularmente nas regiões fronteiriças”, recomendou Belmonte.