30/12/2004 07h43 – Atualizado em 30/12/2004 07h43
Agência Folha
Um surto de tuberculose que atingiu 174 presos e três policiais civis levou a Justiça estadual a interditar a cadeia pública de Umuarama –noroeste do Paraná, a 556 km de Curitiba. Trinta dos detentos desenvolveram a doença e três precisaram de internamento em razão de agravamento do estado de saúde.
Um relatório do posto de saúde da cidade apontou a presença do bacilo da tuberculose nos demais presos. O delegado Edson da Rosa, que acompanha o caso, disse que a suspeita da tuberculose surgiu há três meses, quando um preso começou a tossir e a vomitar sangue. Os testes confirmaram a tuberculose e logo outros dois precisaram ser internados.
Apesar de interditada, a cadeia pública não foi esvaziada por falta de um outro espaço para receber todos os contaminados e para evitar que eles se misturem a presos sadios. Em razão disso, as transferências individuais também estão vetadas.
Apenas a delegacia não recebe nenhum novo detento. “Só os presos com alvará de soltura são libertados e, ainda assim, com recomendação para que continuem o tratamento em casa”, disse o delegado.
No momento, os doentes estão sendo tratados nas próprias celas e só na próxima semana o médico-chefe da equipe que os acompanha decidirá sobre casos de internamento.
Rosa diz que não há uma razão especial para a “epidemia” da doença na cadeia sob sua responsabilidade. “A carceragem aqui é insalubre como toda a cadeia pública do Brasil. É o retrato da situação do setor no país”, disse. Segundo ele, as celas da delegacia de Umuarama têm capacidade para 64 presos, mas guarda até duas vezes mais de pessoas.
A tuberculose é uma doença grave disseminada pelo ar. Ela ataca principalmente os pulmões e pode ser fatal, se não tratada. A interrupção do tratamento –feito com antibióticos, por um período de seis meses– pode fazer a doença voltar.
Estatísticas do Ministério da Saúde informam que 6.000 brasileiros morrem de tuberculose por ano.




