24/12/2004 10h34 – Atualizado em 24/12/2004 10h34
da redação
TRÊS LAGOAS: Festa de Natal do Caps tem presença do “bom velhinho”
Um Papai Noel fez a alegria dos pacientes do Caps (Centro de Apoio Psico-Social), durante a festa realizada no local. O evento, realizado na tarde de quinta-feira, contou com a distribuição de presentes. Segundo o presidente da Apae/TL (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Adão José Alves, parte dos presentes foi doada pelo Laboratório Municipal e a outra adquirida pela instituição.
O Caps, reaberto no dia 27 de outubro deste ano, atende hoje 16 doentes mentais. A Terapeuta Ocupacional, Lílian Renata Rego, explicou que o objetivo da instituição é trabalhar com a auto-estima do paciente para que futuramente ele possa ser incluso no mercado de trabalho. “Aqui nós desenvolvemos trabalhos de pintura, desenho, colagem, horticultura e jardinagem”. De acordo com Lílian, em três meses de tratamento, junto aos medicamentos necessários, os pacientes já apresentaram evolução notável em relação à sociabilização. “Antes eles eram muito ociosos e apáticos, com a terapia ocupacional, eles conseguem readquirir a auto-estima, tornando-se mais alegres e sociáveis com familiares e a comunidade, visando sempre a sua inclusão no mercado de trabalho futuramente”, completou.
Os pacientes são indicados a freqüentarem o Caps pelo médico psiquiatra, Marcio Luiz Farinazzio. “Nós temos alguns casos de pacientes do presídio de regime Semi-Aberto, indicados pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Marcio Rogério. Depois que nós recebemos o paciente é feito uma triagem das atividades mais indicadas ao quadro clínico do paciente”, acrescentou.
ESQUIZOFRENIA
A terapeuta explicou que grande parte dos pacientes sofre de esquizofrenia, doença que causa perturbação, depressão, alucinações auditivas e visuais, entre vários outros sintomas. Ao todo são seis tipos de esquizofrenia.
“Um paciente não nasce com esquizofrenia, ela é desencadeada por algum motivo, ou pelo uso excessivo de drogas, álcool, ou por algum momento marcante na vida do paciente. Nós temos um caso, por exemplo, que a doença foi desencadeada após a morte da mãe do paciente”, informou ela.
Lílian comentou que um dos pacientes desenvolveu a doença no terceiro ano de faculdade. Ele chegou a cursar as faculdades Engenharia e Economia. “O importante é saber que com o tratamento e o uso freqüente dos medicamentos, o paciente pode sim levar uma vida normal. Nós tivemos um paciente esquizofrênico, já desvinculado do Caps, que hoje cursa a faculdade de Administração e trabalha normalmente”, finalizou.



