23/12/2004 14h28 – Atualizado em 23/12/2004 14h28
RMT online
Depois de quatro meses de aulas, a alfabetizanda do programa Brasil Alfabetizado Mova-MS Alfabetizado, Juvercina Maria do Rosário, 64 anos, se orgulha de escrever as primeiras palavras: “Foi através do Mova que aprendi a escrever meu nome a ler, e isso para mim é um grande orgulho”.
Ela é uma dos 25 alunos da turma que, durante duas horas, no antigo prédio do Centro Comunitário do bairro São Conrado, de Campo Grande, estão conhecendo um mundo novo, o das letras. “Tem dia que a gente até acha ruim de ir embora. Em casa, a gente fica fechada e na sala tem diversão, tenho minhas amigas”, diz Juvercina, que mora com o marido e um dos quatro filhos adotivos. “Às vezes, eu tenho dificuldade de ir porque meu marido vive doente, desde que ele teve um derrame, mas não desisto”, relata a alfabetizanda.
Com pouco conhecimento, ela conseguia “ler um pouquinho a Bíblia”, mas não conseguia escrever nada. “Agora eu já faço meu nome e quero conseguir escrever uma carta ainda”, afirma uma das autoras das várias mensagens em agradecimento ao programa.Este ano, o Governo Popular, através da Secretaria de Estado de Educação (SED), está oferecendo a mesma oportunidade, de aprender a ler e a escrever, a 26.643, que foram cadastradas para iniciar as aulas em agosto.
Esse número supera novamente a meta de alfabetização estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC). No ano passado, mais de 43 mil pessoas foram alfabetizadas pelo Mova. O total de pessoas cadastradas é 6,5% superior à definição do ministério, que era de 25 mil alfabetizandos. “Novamente o poder público e a sociedade se unem nessa grande missão de cidadania, que é dar oportunidade de aprender a ler e escrever aos sul-mato-grossenses.
Os resultados já começam a surgir, mostrando que o sucesso alcançado em 2003 irá se repetir este ano. Em poucos meses, as mais de 26 mil pessoas que serão alfabetizadas pelo Mova-MS terão novas perspectivas de vida”, declara o secretário de estado de Educação, Hélio de Lima.
Informalidade – Durante oito meses, os alunos participam de aulas que são organizadas em espaços informais, como centros comunitários, salões de igrejas ou mesmo na casa do próprio alfabetizador. “Nosso objetivo é que eles aprendam do jeito deles porque eles serão formadores de opinião”, explica Elizer Maria da Silva Barros. Com o apoio expressivo da maioria das prefeituras e organizações não-governamentais, a SED formou turmas em todos os municípios do estado.
Em agosto, começou, também, uma outra versão do programa, o Mova Digital, pelo qual os alunos estão aprendendo a ler e a escrever através de um sistema de informática especializado.As aulas do Mova serão suspensas por uma semana, devido às festas de fim de ano, mas no dia 3 de janeiro serão retomadas. Os alunos deverão concluir o programa em abril de 2005, quando serão estimulados a continuarem os estudos, em uma sala de Educação de Jovens e Adultos (EJA).




