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sábado, 2 de agosto de 2025

Prostitutas ganham jornal na internet

16/12/2004 15h37 – Atualizado em 16/12/2004 15h37

Dourados News

Entra no ar nesta sexta-feira a versão on-line do Beijo da rua, único jornal do Brasil com temática voltada para as prostitutas. Com periodicidade mensal, a publicação traz reportagens sobre o dia-a-dia das profissionais do sexo e sobre aspectos gerais de saúde, principalmente a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e HIV/aids. O lançamento do site www.beijodarua.com.br será em Salvador, durante encontro promovido pela Associação de Prostitutas da Bahia, sobre a sustentabilidade de ações com prostituição. O jornal recebe apoio do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde.

Publicado em versão impressa desde 1988, o Beijo da rua foi criado pelo grupo Davida, uma organização de prostitutas com sede no Rio de Janeiro. Da mesma forma que o tablóide, a versão da internet terá artigos e matérias que tratam de direitos humanos, legislação e outros temas de interesse da categoria. Cerca de 70 entidades da sociedade civil que desenvolvem ações com a prostituição distribuem o jornal gratuitamente, em 17 estados. O periódico é entregue em intervenções feitas em casas fechadas e lugares abertos.

Quem lê o Beijo da rua não são apenas as profissionais do sexo, mas também os que contratam seus serviços. Para Flávio Lenz, editor do jornal, é importante essa estratégia de envolver prostitutas e clientes na responsabilidade de disseminar noções de prevenção de DST e Aids. “Uma ação importante nesse sentido é a distribuição do jornal em postos de gasolina na beira das estradas, pois os caminhoneiros são um dos principais clientes da prostituição”.

Comerciantes, membros de outros movimentos sociais e gestores de diversas áreas (como saúde, justiça e direitos humanos) completam o público leitor do tablóide. A versão on-line, acredita Flávio Lenz, ampliará a contribuição do jornal para um maior conhecimento da indústria do sexo e do movimento organizado nacional e internacional. “Com essa iniciativa, esperamos reduzir o estigma e a discriminação, além de fortalecer o sentimento de cidadania das profissionais do sexo”, diz o jornalista.

Com uma média de 12 páginas coloridas por edição, a publicação também é apoiada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Fundação Luterana de Diaconia (instituição do Rio Grande do Sul). O jornal, cuja versão impressa tem tiragem média de 7 mil exemplares, conta também com a ajuda da Rede Brasileira de Prostitutas, que reúne 25 organizações não-governamentais.

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