15/12/2004 08h10 – Atualizado em 15/12/2004 08h10
O Dia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje a decisão sobre o novo salário mínimo. A expectativa é que a definição aconteça após reunião com representantes das centrais sindicais, que chegam a Brasília, depois de marcha em defesa do reajuste do piso nacional e da correção da tabela do Imposto de Renda.
Duas propostas sobre o mínimo estão na mesa: aumento para R$ 290 em janeiro ou para R$ 300, em maio. Também não está descartada a hipótese de dois reajustes em 2005: em janeiro e maio. As centrais pedem R$ 320, mas aceitam os R$ 300, desde que o aumento vigore no mês que vem.
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, voltou a defender a correção em maio. Disse que o mês é uma referência simbólica para os trabalhadores, lembrando o 1º de Maio. Segundo ele, com a elevação para R$ 300, haverá expressivo ganho real (acima da inflação) para o trabalhador: “Significa 8% de aumento real em relação aos R$ 260 (valor atual do mínimo)”.
Na opinião do ministro, o reajuste para R$ 300 seria uma demonstração prática do “esforço do presidente Lula em garantir o reconhecimento da participação do trabalhador no crescimento do País”, além de fortalecer o mercado interno.
Berzoini informou que o valor de R$ 290 em janeiro também cabe no orçamento: “Mas ficaria um pouco mais caro do que os R$ 300 em maio”. Ele ressaltou que a definição sobre o valor não depende só do Ministério do Trabalho. “Depende também das discussões orçamentárias que estão sendo feitas”.
O ministro defendeu um programa permanente de recuperação do piso. Reconheceu que é impossível se orgulhar do mínimo, depreciado durante anos: “Nós queremos que o Brasil tenha um programa permanente, que independa de governos, que possa alcançar, num período acordado com as centrais e os empresários, um salário digno para todo o nosso povo”.
