15/12/2004 10h46 – Atualizado em 15/12/2004 10h46
Dourados News
O corpo do atacante brasileiro Cristiano de Lima Júnior chegou a Brasília na madrugada desta quarta-feira, 10 dias depois de sua morte, na final da Copa Nacional da Índia. No entanto, o coração do atleta permanece na cidade indiana de Bangalore.
O desembarque foi marcado pela tristeza e indignação dos familiares, principalmente a esposa Juliana, que discorda veementemente do resultado da autópsia realizada no país asiático. O laudo apontou um ataque cardíaco fulminante como a causa da morte do atleta.
“Ele ficou 10 minutos no campo sem atendimento médico, não tinha oxigênio, não tinha nada”, disse Juliana, aos prantos, já no Brasil. Após o desembarque, o corpo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de Brasília.
Ainda nesta quarta, Juliana vai pedir ajuda ao Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, para ajudar a trazer o coração de Cristiano para o Brasil, onde a família quer que seja realizada outra autópsia.
De acordo com nota oficial veiculada pelos médicos que atenderam o jogador em Bangalore, local da final da Copa da Índia e onde Cristiano morreu, o coração dele não suportou “o esforço e excitação” ao qual foi submetido durante a decisão. O resultado vai além, e aponta que “nenhum outro problema interno ou externo” foi encontrado na análise do corpo do jogador.
A morte aconteceu logo depois que o brasileiro marcou o segundo gol de sua equipe, o Dempo. No lance, ele foi atingido na cabeça pelo goleiro adversário, Subroto Paul, que negou a intenção de agressão. Mesmo assim, o arqueiro foi suspenso pela federação local.
Inexplicavelmente, apenas o coração de Júnior ficou em Bangalore, enquanto o corpo já havia sido trasladado para Goa, cidade de colonização portuguesa, sede do Dempo.
A esposa e outros familiares do atleta exigiram a realização de mais duas autópsias, uma em Goa e outra no Brasil, e que o coração do jogador fosse levado para Goa. No entanto, a nova análise acabou não acontecendo e o coração permaneceu em Bangalore.




