13/12/2004 08h49 – Atualizado em 13/12/2004 08h49
Dourados News
Na semana em que o governo discutia a abertura de documentos da ditadura militar, durante o período de 1964 a 1985, um informante da base aérea de Salvador denunciou ao Fantástico que papéis da época estavam sendo queimados na base.
O programa da Rede Globo apresentou neste domingo imagens de cinzas do que teria sido uma fogueira de documentos na base área da cidade. O responsável pela denúncia não quis ser identificado, mas chegou mesmo a enviar vários papéis semi-queimados à reportagem do programa.
Dentre os papéis, analisados por peritos de universidades, estavam documentos confidenciais, com relatórios de pessoas acusadas de subversão na ditadura e com regimentos para determinadas situações como correspondências suspeitas. Nenhuma informação sobre pessoas mortas na ditadura foi encontrada.
Pessoas citadas nos documentos salvos da possível fogueira confirmaram ao programa que acreditam ter sido vigiadas nas décadas da repressão militar.
O próprio Código Militar, em seu artigo 321, coloca como ilegal a queima de documentos. Ao ser questionada sobre os restos de documentos encontrados, a base aérea de Salvador respondeu ao Fantástico que nenhum documento foi queimado. O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica respondeu à denuncia apenas esclarecendo que houve um incêndio em 1998 na área de arquivos do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, causado por problemas elétricos.
A documentação encontrada nas cinzas será encaminhada ao secretário de Direitos Humanos do governo, Nilmário Miranda, que preferiu não se pronunciar antes de ver a reportagem.



