02/12/2004 08h46 – Atualizado em 02/12/2004 08h46
Aquidauana News
A nota divulgada pelo médico do Instituto do Coração (Incor) Edimar Alcides Bocchi contradizendo o laudo assinado por ele e outros médicos do Incor sobre o estado de saúde do zagueiro Serginho deixou surpreso o promotor que cuida do caso da morte do jogador do São Caetano. Mas não mudou sua visão sobre o ocorrido. Rogério Leão Zagallo confirmou ontem seu parecer inicial de que a direção do clube e o médico Paulo Forte têm responsabilidade no fato.
Mesmo sendo leigo no assunto, o promotor vê incoerência na nota se baseando nos documentos anexados e nas declarações registradas no inquérito promovido pelo delegado Guaracy Moreira, do 34º Distrito Policial de São Paulo. “Em cima do inquérito fica evidente que tanto os dirigentes como o médico do clube já sabiam do perigo que o jogador corria. Era um fato esperado, anunciado, preconizado desde o início do ano. Eles, dirigente e médico, sabiam da patologia do jogador”, garante.
O advogado do clube na área cível, Luís Fernando Pacheco, discorda do promotor. Ele diz que a nota oficial dos médicos, que qualifica a morte do atleta como uma fatalidade, exime os dirigentes e o médico de total responsabilidade.
Mesmo assim, tanto Paulo Forte como o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, devem ser indiciados por crime doloso, por assumir a responsabilidade de escalar o jogador sabendo de seus problemas cardíacos, e correm o risco de cumprir pena de seis a 20 anos de detenção.
Na parte desportiva, o julgamento em primeira instância do caso acontecerá na segunda-feira, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O São Caetano pode perder até 24 pontos no Brasileirão, caindo da quarta para a 14ª posição.





