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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Cunhado de Bin Laden diz que não será fácil capturá-lo

25/11/2004 11h25 – Atualizado em 25/11/2004 11h25

Terra

Um cunhado de Osama Bin Laden, e seu ex-melhor amigo, diz não estar surpreso com a dificuldade encontrada para capturar o líder terrorista. “Quem está indo capturá-lo e onde?” indaga Jamal Khalifa. “Durante 10 anos, os russos não conseguiram capturar nenhum líder mujahedeen afegão, mesmo com tropas em toda parte. Acho que vai ser um pouco difícil pegá-lo agora”, disse.

As declarações foram feitas durante uma entrevista para a rede de TV americana CNN, quando o saudita falou sobre Bin Laden e seu passado. Confome Khalifa, ambos se conheceram na Universidade Rei Abdulaziz nos anos 1970 e logo se tornaram amigos inseparáveis. Outra companhia constante era o professor Abdullah Azzam, um clérigo palestino que mais tarde se juntou a Bin Laden para fundar a Al-Qaeda. Os ensinos de Azzam influenciaram os dois jovens a irem lutar no Afeganistão, invadido pelos soviéticos em 1979.

“Durante dez anos nós estivemos junto”, disse Khalifa. “Quando estávamos na universidade e em seguida na guerra. Sempre estivemos juntos. Vivíamos em uma única casa”, afirmou.

Como sinal de respeito e afeição, Bin Laden arranjou o casamento do amigo com uma de suas irmãs. Mas Khalifa afirma que não queria deixar uma viúva e pediu que o amigo esperasse o fim da guerra para que se tornassem parentes.

De acordo com ele, durante a guerra, seus caminhos se separam gradualmente. Enquanto construía uma mesquita e uma escola no Paquistão para receber refugiados afegãos, Bin Laden se envolvia cada vez mais na guerra santa. Nesta época, o então futuro cunhado já formava um grupo chamado de Árabes Afegãos para lutarem contra a invasão do Ocidente. “Eu o vi começando o grupo, treinando-os e os enviando para lutarem sozinhos”, afirma.

A relação dos dois acabou no inicio dos anos 1990, com a fundação da Al-Qaeda. De acordo com Khalifa, ele chegou a alertar Bin Laden que o que ele estava fazendo era errado, mas não foi ouvido.

Khalifa, que atualmente dirige um restaurante de frutos do mar perto da cidade portuária de Jeddah, na Arábia Saudita, se tornou um dos críticos mais ativos das ações terroristas da Al-Qaeda. No ano passado, ele chegou a escrever uma carta aberta ao cunhado pedindo que ele abdicasse de seus métodos. O texto ficou sem resposta.

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