15/10/2004 08h51 – Atualizado em 15/10/2004 08h51
Terra
Nem Ângelo Vanhoni (PT), nem Beto Richa (PSDB). De acordo com a Folha de S.Paulo, o PPS decidiu se declarar “independente” em relação ao segundo turno da disputa a prefeito de Curitiba e ameaça filiados que manifestarem apoio público a um dos dois candidatos.
Rubens Bueno (o candidato do partido que fez 20,04% dos votos no primeiro turno e vinha incorporando o papel de “noiva” da atual disputa) disse ontem que, com a decisão tomada, “o PPS sai de cena no segundo turno”.
“Independência quer dizer que o partido não está com nenhum dos candidatos e rompe com o que está aí e com o passado”, afirmou Bueno, ao rejeitar a definição de neutralidade.
Bueno, que concorreu ao governo do Paraná em 2002, fez campanha para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno e que no governo do PT foi diretor administrativo da Itaipu, também nega que a decisão resulte de um racha interno.
Os quatro vereadores eleitos pelo partido estariam dispostos a apoiar Richa. O presidente do diretório municipal, deputado estadual Marcos Isfer, apóia Vanhoni.
Enquanto Bueno explicava a posição do partido, ontem à tarde, Vanhoni e seu principal cabo eleitoral no Estado, o governador Roberto Requião (PMDB), faziam festa em um hotel da cidade para receber o apoio formal do candidato derrotado a prefeito pelo PL, deputado estadual Mauro Moraes.
A posição de Moraes não é a mesma do PL. O partido liberou os filiados a escolher entre Richa e Vanhoni. Moraes disse que sua decisão decorre de pedidos do vice-presidente da República, José Alencar, e do presidente do PL nacional, Valdemar da Costa Neto.
Ele afirmou ter recebido telefonemas dois dois antes de se definir. “Por coerência, achei por bem manter a aliança nacional com o PT”, disse.
Ontem, na estréia da propaganda política do segundo turno, a campanha de Vanhoni tentou atrair os votos dos eleitores de Bueno e deu a entender que o candidato derrotado do PPS o apoia agora.
Bueno disse que sua assessoria poderia pleitear um direito de resposta no tempo de Vanhoni. O candidato do PT reagiu dizendo que “basta uma conversa” para o entendimento.
“Preciso conversar com todos os eleitores de Curitiba e vou conversar com os eleitores do Rubens”, afirmou o petista. A campanha tucana diz que a petista “fez propaganda enganosa”.