15/10/2004 15h01 – Atualizado em 15/10/2004 15h01
A Tarde online
Uma tragédia envolvendo duas crianças, no pacato povoado de Mantiba, há dois anos, criou uma rixa entre duas famílias e, agora, outra criança, de 9 anos, foi vítima: a estudante T.F.A. teve o rosto todo cortado com um estilete, chegando a tomar 60 pontos nos talhos.
A acusada, L. S. , também estudante, de 13 anos, alega que se vingou de um tapa, mas o caso revolve amarguras do que aconteceu em 2002: um primo de T.F.A matou, acidentalmente, com um tiro de revólver, um sobrinho de L.S., de apenas 7 anos. O autor do disparo tinha na época somente 9 anos.
“Desde esse caso do tiro que minha filha ficou meio perturbada, quando viu o sobrinho morto. Ela toma remédio controlado. É uma agonia”, lamenta a mãe de L.S., uma pobre agricultora.
O pai da garota é alcoólatra e tem problemas mentais, vive vagando pelas ruas do povoado, no distrito de Jaíba, ou na sede do município. “Às vezes ele vai na cidade e volta com o bolso cheio de papel, dizendo que é dinheiro que tirou no banco. Faz pena”, revela um morador de Mantiba.
“BONITINHA”
Foi nesse contexto de desagregação, de pobreza e revolta que L.S. atacou T.F.A. “Você é bonitinha demais”, ironizou antes de aplicar vários golpes com o estilete no rosto da vítima. Ela ainda tentou cortar os seios de T.F.A., mas por sorte a afiada arma só atingiu a camisa da farda da escola.
“Eles (a família da vítima) vivem me jogando culpa pelo que aconteceu com os meninos. Não sei porque eles me culpam”, repete L.S.
Familiares e vizinhos de T.F.A. garantem que a acusada não tem amigas no povoado porque “é muito perturbada, ela tinha a mania de passar a mão nas nádegas da gente, até que todo mundo se afastou dela”, conta uma garota