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quarta-feira, 30 de abril de 2025

Petrobras Fome Zero aprova projeto da Embrapa

13/10/2004 15h35 – Atualizado em 13/10/2004 15h35

Dourados News

Transferir tecnologias para o manejo correto da caatinga que proporcionem aumento da produtividade na agricultura familiar e reduzam a degradação do ambiente. Este é o cerne do projeto “Sistema de Produção Sustentável Agrosilvipastoril: Tecnologias para o Semi-árido Nordestino” da Embrapa Caprinos (Sobral, CE) aprovado pelo programa Petrobras Fome Zero. O projeto da Embrapa Caprinos, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi um dos 73 aprovados em um universo de 5.884 propostas inscritas.

O programa Petrobras Fome Zero prevê a realização, por meio de seleção pública, de projetos capazes de garantir e consolidar o direcionamento de recursos em prol da melhoria de vida da população carente. Foram destinados R$ 15 milhões para os projetos escolhidos na primeira seleção, com investimentos de até 500 mil por iniciativa, com prazo de execução de um ano e possibilidade de renovação por até mais doze meses. O projeto da Embrapa Caprinos receberá pouco mais de R$ 90 mil para difundir tecnologias sustentáveis do Sistema de Produção Agrosilvipastoril nas regiões de Mossoró – RN e Picos – PI.

Como explica a coordenadora do projeto, a pesquisadora Nilzemary Lima da Silva, o homem do campo será orientado a conviver com o semi-árido, aprendendo, por exemplo, que práticas centenárias como o desmatamento e a queimada degradam o ambiente. Em vez disso, os agricultores serão orientados a implementar técnicas do Sistema de Produção Sustentável Agrosilvipastoril, que integra atividades agrícolas, pastoris e silviculturais. Assim, será possível gerar oportunidades de emprego, reduzir o êxodo rural e aumentar a renda dos produtores, além de sustar a degradação ambiental.

O Sistema de Produção Sustentável Agrosilvipastoril foi desenvolvido pelo pesquisador João Ambrósio de Araújo Filho e equipe da Embrapa Caprinos há sete anos. O sistema prevê a utilização da área para a agricultura no período chuvoso e para pastagens na época do verão. Para isso, a área é dividida em três partes: 20% são destinados à agricultura, 60% à pecuária de ovinos e ou caprinos e os 20% restantes à reserva florestal.

Os resultados mostram incrementos consideráveis tanto no desempenho animal, como na produtividade das culturas, comparando-se aos sistemas tradicionais. A média de produção de grãos no sistema foi de 1360 kg/hectare, enquanto que a produção média no estado do Ceará é de 550 kg/hectare. No sistema tradicional, consegue-se 13,7 kg/hectare de peso vivo animal em borregos desmamados. Já no sistema de Produção Sustentável Agrosilvipastoril conseguiu-se 61,8 kg/ hectare.

No Ceará existem várias unidades com o Sistema de Produção Sustentável Agrosilvipastoril implantadas. O pesquisador João Ambrósio de Araújo Filho lembra que o grau de aceitação das novas tecnologias está relacionado a um trabalho de conscientização da comunidade, que é feito geralmente por associações e ONGs ligadas a essas comunidades. Nas duas novas áreas onde serão implementadas as novas tecnologias, haverá parceria com a Cáritas Diocesana e com a Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM).

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