30/09/2004 14h35 – Atualizado em 30/09/2004 14h35
EFE
Um experimento recente realizado por um grupo de cientistas espanhóis e alemães pode ter descoberto uma forma de inibir a diabete. O experimento consistiu na extração de células sanguíneas, em termos científicos conhecidas como da série branca mononucleares ou “monócitos” que, ao serem tratadas com uma determinada substância – citoquina – perdem suas características e se tornam mais plásticas, mais versáteis, até se transformarem em células hepáticas e pancreáticas. As células pancreáticas produzem insulina, substância capaz de inibir a diabete.
O ensaio, no qual foi possível transformar células sanguíneas em hepáticas e pancreáticas, foi dirigido por Bernat Soria. O cientista explicou que, embora não testado em pacientes, os resultados do experimento apontam que os cientistas podem ter achado a cura da diabete.
Ele, entretanto, pediu prudência ao mandar mensagens aos pacientes, porque segundo ele, a confirmação de cura desta doença só chegará daqui a três ou quatro anos. Os resultados deste experimento, apresentados há uma semana no Congresso Mundial de Transplantes, foram revelados nesta quinta-feira por Bernat Soria durante uma entrevista coletiva antes de sua palestra no 27º Congresso Mundial sobre Medicina Interna, que acontece em Granada, no sul espanhol.
Soria, no entanto, mostrou-se prudente na hora de “levantar falsas expectativas entre os doentes de diabete”, já que se trata de um experimento preliminar, de acordo com ele, que até o momento foi testado em células similares às do fígado e do pâncreas. Os resultados desta pesquisa “sugerem que as estratégias que aprendemos com as células embrionárias poderiam ser úteis para diferenciar células adultas”, disse o cientista.