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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

PM mobiliza tropa para desocupar fazenda Aruanã

10/08/2004 08h10 – Atualizado em 10/08/2004 08h10

A Polícia Militar já mobilizou a tropa que vai cumprir a reintegração de posse da fazenda Aruanã, em Bonito. O clima é tenso. Os sem-terra afirmam que não vão sair da área. Um clima de expectativa. A tranqüilidade dá lugar a incerteza e indignação.

Os sem-terra dizem que querem terra. Tem gente que está ha mais de seis anos na vida de acampado. Montam e desmontam barracas sem saber quando ou se vão receber seu pedaço de terra. O sem-terra Adelir Barceli disse que há seis anos se casou e sempre foi acampado.

Em ritmo de construção os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra não têm a menor intenção de deixar a fazenda Aruanã. O acampado Gilberto Cipriano de Almeida diz que vão ficar e estão montando as barracas e carpindo o mato para plantar.

Em maio do ano passado, quando a área foi ocupada, os sem-terra ficaram só na região perto da cerca na entrada da fazenda. Agora decidiram se espalhar mais.

Se no início o plano era ficar acampado perto da rodovia, agora a estratégia do MST mudou. As 300 famílias foram divididas em sete grupos que estão montando barraca dentro da sede. A intenção é ocupar toda a área. “Nosso objetivo é ocupar toda a área e continuar plantando nossas roças. Até que a justiça providencie nosso assentamento”, disse o sem-terra Gilberto Cipriano de Almeida.

De um lado sem terra dizendo que o governo havia prometido assentá-los e dispostos a ficar na área ocupada. Do outro lado a Associação das Famílias pela Unificação e Paz Mundial querendo suas terras de volta. “Nós queremos nossa terra de volta. É uma área produtiva e vamos lutar por ela”, afirma o representante da fazenda, Juvenal Mazucato.

A fazenda Aruanã, tem quase 2000 hectares e foi considerada produtiva pelo Incra. A ordem de desocupação foi dada a mais de um ano e até agora não foi cumprida. Segundo a juíza da comarca de Bonito, Luciane Buriasco de Oliveira , o cidadão busca o judiciário quando o direito dele foi desrespeitado. Se a ordem não é cumprida gera descrédito para a justiça.

Foram vários pedidos de reforço policial pra cumprir a ordem de reintegração de posse. Agora a juíza, deu prazo de uma semana para o governo cumprir o mandado e autorizou a contratação de segurança particular caso a polícia não cumpra a ordem.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Ivan de Almeida disse que já enviou homens para fazer o despejo dos sem-terra. Ele disse que não vai permitir seguranças particulares na fazenda.

Fonte: Bom Dia MS

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