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domingo, 21 de dezembro de 2025

Desnutrição atinge 31% das crianças índias do MS

28/07/2004 14h20 – Atualizado em 28/07/2004 14h20

Mato Grosso do Sul foi escolhido pela Funasa (Fundação Nacional de Sáude) para ser o primeiro Estado do País a desenvolver, a partir do ano que vem, um projeto piloto de Vigilância Alimentar Nutricional entre as populações indígenas. A escolha se deu porque o Estado é único que desenvolve atividades nessa linha em todo o País. Desde 2002, 7,9 mil crianças, de 57 aldeias, em 29 municípios, são acompanhadas por uma ação de vigilância nutricional.

O principal objetivo é, através da orientação sobre a alimentação ideal e o atendimento médico, combater a desnutrição, um problema que, segundo os dados do Distrito de Saúde Indígena da Funasa em Mato Grosso do Sul, atinge um elevado percentual das crianças que vivem nas aldeias. Em 2003, os dados indicam que 31% das crianças pesquisadas, que têm até cinco anos, estão abaixo do padrão ideal de nutrição.

O percentual das que são desnutridas era de 15% em 2003. Outros

16% são apontadas como crianças que estão em “risco de desnutrição”, que antes era denominada de desnutrição leve, e indica uma situação menos grave, mas ainda assim preocupante. Um índice tal alto de desnutrição faz com que crianças indígenas morram de diarréia e pneumonia, doenças que, em tese, deveriam ser facilmente controladas. O resultado de tudo isso é que nas aldeias indígenas a mortalidade infantil é muito mais alta do que entre o restante da população. No ano passado, O Estado fechou o ano com um índice de 48 mortos antes do primeiro ano de vida a cada mil nascidos vivos. O índice geral do Estado, em 2002, era de 19 mortos por mil nascidos vivos.

Com a implantação do programa de Vigilância Sanitária Alimentar Nutricional, o público que recebe o acompanhamento vai ser ampliado, segundo a nutricionista Cínthia Naito, Coordenadora do Programa de Vigilância Alimentar e Nutricional para Populações Indígenas da Funasa no Estado. De acordo com ela, a intenção é estender a ação a toda a população aldeada no Estado, estimada em 50 mil pessoas. Ainda conforme Cíntia, a Funasa vai fazer uma experiência piloto de um ano nas aldeias sul-mato-grossenses, para depois estender o programa a outras regiões.

A ação não se estende a índios urbanos, população que não recebe o atendimento da Funasa. Ficam de fora, por exemplo, os índios que moram nos loteamentos sociais destinados à população indígena em Campo Grande, a Marçal de Sousa, e Água Bonita, onde o combate à desnutrição entre as crianças é feito apenas por entidades não governamentais, entre elas a Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica.

Fonte:Campo Grande News

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