23/07/2004 15h52 – Atualizado em 23/07/2004 15h52
A redução de chuvas nas regiões Sul e Sudeste pode piorar com o desmatamento da floresta amazônica, segundo as pesquisas do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). De acordo com uma das pesquisas desenvolvidas no LBA, as queimadas na Amazônia tem contribuído significativamente para que esse ecossistema deixe de ser um dos principais responsáveis pela absorção de dióxido de carbono (CO2), no mundo.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Ministério de Ciência e Tecnologia, revelam que a Amazônia tem o maior número de queimadas do mundo. Em 2003, ocorreram quase 120 mil focos de calor nesta região.
A floresta amazônica é a maior faixa contínua de floresta mundial, com 3,65 milhões de quilômetros quadrados, sendo que 69% estão no Brasil. O rio Amazonas tem cerca de 17% da água doce do planeta em estado líquido.
Segundo o resultado da pesquisa coordenada pela professora da Universidade de São Paulo (USP), Maria Assunção Dias, as queimadas provocam um aumento de chuvas enquanto sua prática for limitada. Mas, ao ultrapassar esse limite, o desmatamento causa a redução de chuvas. As queimadas, segundo o estudo, induzem um transporte de matéria orgânica e gases para longe, quebrando um processo local de troca entre a floresta e a atmosfera.
Outra prática que contribui para esse cenário é o desmatamento da região. Cerca de 80% de toda a área desmatada é usada para a agropecuária. O representante do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Antonio Nobre, defendeu que é preciso conter o desmatamento da Amazônia e incentivar processos sustentáveis.
Nobre se disse contra a criação de novas áreas de manejo sustentável de recursos naturais. “Já existem áreas degradadas suficientes para essa finalidade”, argumentou. Segundo ele, é preciso recuperar a floresta, sob pena de termos um processo de degradação irreversível e de conseqüências drásticas.
Fonte: Clic News




