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quarta-feira, 18 de junho de 2025

SED promove atendimento gratuito a surdocegos do estado

01/06/2004 15h29 – Atualizado em 01/06/2004 15h29

Os surdocegos são pessoas com perdas auditivas e visuais combinadas, totais ou parciais, e nem sempre surgidas simultaneamente, que resultam em problemas graves de comunicação, desenvolvimento e educação. Com o propósito de oferecer atendimento aos casos identificados em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Educação (SED/MS) desenvolve, desde outubro de 2003, o projeto “Implantação do Atendimento Educacional às Pessoas com Surdocegueira ou Múltipla Deficiência Sensorial”.

Dezoito surdocegos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Itaquiraí, Nova Andradina, Aquidauana, Ribas do Rio Pardo, Terenos, Novo Horizonte do Sul, Santa Rita do Rio Pardo e Ponta Porã são beneficiados pelo projeto, realizado através do Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos. Não havendo a possibilidade de serem integrados em programas educacionais exclusivos para deficientes auditivos ou deficientes visuais, os surdocegos necessitam de atividades específicas e individualizadas, e nem sempre podem ser inseridos no ensino regular comum.

“Não há informação suficiente e muita gente não conhece a surdocegueira, o que pode implicar o desenvolvimento de outras deficiências”, afirma a responsável pelo projeto, Iolanda de Castro Utuari. A representante de Mato Grosso do Sul no Grupo Brasil de Apoio à Pessoa com Surdocegueira ou Múltipla Deficiência Sensorial, explica que, às vezes, a criança surdocega se isola por não conseguir interagir com o meio em que vive, e, assim, assume características do autismo, mesmo não tendo essa deficiência. “A avaliação clínica ajuda muito na definição do atendimento específico e evitar o surgimento de deficiências secundárias. Em alguns casos, ainda não existe esse diagnóstico, que deve ser preciso, porque poucos médicos analisam a criança como um todo”, relata Iolanda.

“Essa iniciativa do governo popular é pioneira e inovadora no estado. É um projeto de inclusão social, no sentido mais amplo, à medida que esses surdocegos atendidos conseguem estabelecer vínculo com o mundo e conquistam uma certa independência”, declara o secretário de estado de Educação Hélio de Lima. Ele diz que, apesar de o atendimento ainda não ser o ideal, pois não contempla a educação escolar, o governo investe no aprimoramento do projeto: “As necessidades dessas pessoas sensibilizaram o governo. Nosso trabalho em favor desse atendimento está só começando”.

Principais responsáveis pela origem do conjunto de ações específicas da educação especial, os professores têm de superar, muitas vezes, obstáculos sociais para atingir seu objetivo. “O desenvolvimento da educação especial está estreitamente ligado à preocupação dos educadores com o atendimento das necessidades educacionais daqueles alunos que não são beneficiados com os re­cursos comuns e que precisam de ações especiais para suplementar os existentes”, explica o professor doutor do curso de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marcos José da Silveira Mazzota.

É a partir dessa idéia, expressa – em artigo, publicado no site Educação Online (www.educacaoonline.pro.br) – pelo especialista em educação especial, que houve a necessidade de formar equipes especializadas para o atendimento da surdocegueira.

Fonte: Dourados News

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