12/05/2004 15h48 – Atualizado em 12/05/2004 15h48
A venda do leite in natura é proibida no Estado, desde 1950, quando passou a ser crime a venda de leite não pasteurizado. A informação é da veterinária da Agência Estadual de Defesa de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro), Márcia Rabelo. “A mobilização para colocar fim na comercialização de leite in natura teve início no ano de 2002, até então não tinha sido feita uma fiscalização eficiente”, afirmou.
A polêmica em torno da venda do leite in natura tomou forças em Dourados, município que fica a 230 quilômetros de Campo Grande, quando dois vendedores do produto foram presos. Elvis Tenório Ibarrola, de 21 anos, foi preso na madrugada desta quarta-feira, na Vila Guarani, transportando quatro galões, com cerca de 20 litros de leite.
Ibarrola foi detido e encaminhado ao 1°DP, onde continua preso.
Na semana passada, um outro vendedor também foi detido. A veterinária informou que a proibição da venda do leite in natura entrou em vigor no município no último dia três, através de uma solicitação do Ministério Público, que pediu o auxílio do Iagro e da Vigilância Sanitária para controlar a veda do produto. “O leite não pasteurizado pode causar doenças. Além de ter coliformes fecais e bactérias, os vendedores adicionam água para vender mais, e o produto não tem fiscalização sanitária”, explicou Márcia.
Ela afirmou ainda que o leite é retirado de animais sem procedência e que muitas vezes estão contaminados com a brucelose. “O processo de pasteurização é fundamental para o consumo de leite. Através deste processo o leite é filtrado e peneirado, chegando a uma temperatura de 72 °C em 15 segundos e depois a 4 °C, somente assim o bacilo da tuberculose pode ser exterminado”, finalizou.
O vendedor preso esta madrugada recebeu a visita do prefeito de Dourados, Laerte Tetila, assim como a da vereadora Bela Barros. A parlamentar afirmou que a Câmara dos Vereadores de Dourados atua para solucionar o problema.
Esta tarde, representantes da Associação dos Leiteiros participam de uma reunião na prefeitura, para decidir sobre a construção de uma pasteurizadora. Os vendedores não fecharam o acordo entre a prefeitura e o governo do Estado, que prevê o pagamento de R$ 0,07 de cada órgão para a construção do local, a prefeitura teria feito uma contra proposta para o pagamento, mas o caso ainda não foi resolvido.
Fonte:RMT online