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segunda-feira, 16 de junho de 2025

Mãe Dirce já cuidou de 131 crianças

10/05/2004 09h30 – Atualizado em 10/05/2004 09h30

Zelina Alves de Lima, a “Mãe Dirce”, 80 anos, já cuidou de 131 crianças desde quando nasceram até a vida adulta. Hoje, ela cuida em sua creche de 9 crianças, Eduarda, 3 anos, Wesley, 2 anos, Vitor, 3 anos, Nileide, 17 anos, Everton, 8 anos, Bruno, 7 anos e Fabrício, 6 anos. Em uma entrevista a equipe de reportagem do PerfilNews, Dirce explicou que teve cinco filhos legítimos, mas infelizmente três faleceram. Um deles chegou a ser capitão do exército na cidade de Campo Grande, onde morreu de câncer no ano passado, com 64 anos. Ela explicou que as crianças foram sendo deixadas pelas mães com a finalidade dela cuidar, mas as mães nunca mais retornam para buscá-los. “Eu não adoto as crianças, as mães que deixam aqui e não vem nem para visitá-las. Na Cidade as pessoas me batizaram como a super mãe de Três Lagoas”. Ela comentou que todas as crianças cuidadas, que hoje são adultas, voltam para visitá-la ou ligam. “Às vezes chega cada rapaz grande falando bença vó”, brincou. “Graças a Deus, de todos os meninos e meninas que criei, nunca nenhum deu trabalho. Todos trabalham, alguns são formados e já tem família”. As primeiras crianças adotadas por Dirce foram as irmãs Elaine Alves de Lima e Shirley Alves de Lima, em 1972. Hoje, uma delas mora na Vila Piloto e outra na cidade de Campinas (SP). “Eu peguei elas logo que nasceram. Daí o juiz registrou as meninas com o meu sobrenome e como sendo gêmeas”. Depois apareceu dois meninos, um de dois anos e o outro de 1, que foram abandonados pela mãe na rua e entregues à Dirce pelo juiz Verte, já falecido, no ano de 1973. “O verte apareceu em casa e me perguntou se eu queria mais dois filhos, eu falei que até 10 achando que era brincadeira, daí os meninos desceram do carro. Depois disso não parou mais de aparecer crianças”. A creche Menino Jesus é uma instituição não governamental que recebe o apoio da população da Cidade. Dirce explicou que, por ser muito conhecida em Três Lagoas, nunca faltou nada às crianças. Mas deixou bem claro que não recebe ajuda alguma da Prefeitura e nem dos políticos da região. “A minha única preocupação é com as crianças que estou cuidando agora, pois não sou mais jovem, tenho 80 anos, e não tenho condições de pagar uma faculdade à eles, infelizmente. Me preocupo com o futuro dos meus netos”. Dirce explicou que não ensinou nenhuma das crianças a chamá-la de mãe, já que elas têm uma mãe, mesmo que ausente. “Para você ver, tem crianças que eu peguei com um dia de vida, isso mostra que as pessoas não têm amor pelos seus filhos. Eu tenho uma galinha que teve pintinhos, para que o gato não comece eu coloquei esses pintinhos em uma caixa, resultado a galinha não sai de perto da caixa, e não deixa nenhum gato se aproximar. Os animais têm mais amor pela sua cria do que o homem”. A Mãe Dirce explicou também que a casa onde vive hoje com as crianças foi doada pelo ex-prefeito Miguel Tabox, que além da casa, deu um carro, a linha de telefone e alguns moveis há 14 anos atrás. “Ele fez questão de registrar tudo em meu nome, pensando no caso de morrer antes de mim e foi o que acabou acontecendo”.

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