23/04/2004 16h05 – Atualizado em 23/04/2004 16h05
Um alto cardeal do Vaticano disse que os sacerdotes devem negar a comunhão a políticos católicos que apóiem o direito ao aborto, mas evitou dizer se o candidato democrata à presidência dos EUA, John Kerry, que é católico e defende o direito ao aborto, está impedido de receber a hóstia.
O cardeal Francis Arinze falou numa entrevista coletiva para lançar uma nova iniciativa da Santa Sé contra o que é visto como uma série de abusos litúrgicos na missa, incluindo sermões proferidos por leigos, a comunhão de não-católicos e a introdução de ritos de outras religiões no serviço.
A diretriz anunciada hoje pela Igreja reafirma o ensinamento de que qualquer pessoa que se sinta em “pecado grave” deve confessar antes de receber comunhão. Perguntado sobre a situação de políticos que são “claramente a favor do aborto”, o cardeal disse que essas pessoas “não estão em condições” de receber a comunhão. “Se não podem receber, que não lhes seja dada”, afirmou.
John Kerry diz que é pessoalmente contra o aborto, mas que reconhece o direito de outras pessoas de fazê-lo.
O documento da Igreja, de 71 páginas, diz que apenas padres ou diáconos podem fazer o sermão – jamais leigos. O texto diz que o bispo pode indicar “ministros extraordinários” para dar a comunhão, quando não houver um padre disponível. Ele suaviza uma proposta de instrução anterior, que condenava a presença de meninas e mulheres no altar e danças e aplausos durante a missa.
Fonte:Estadão