23/04/2004 17h17 – Atualizado em 23/04/2004 17h17
Em Campo Grande, somente no mês de abril foram 25 assaltos a postos de combustíveis. A insegurança dos frentistas, operadores de caixas e clientes levou a PM (Polícia Militar) a adotar uma medida educativa. Agora à tarde, na sede do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Estado de Mato Grosso do Sul) a PM ministra palestras a cerca de 150 funcionários de postos de combustíveis da cidade. Enquanto a Polícia quer o apoio dos funcionários dos postos, o sindicato exige a presença da segurança pública. “A viatura tem que passar no máximo de duas em duas horas. A situação está difícil”, disse o presidente da entidade, Steiner Jardim.
Na Capital, são 150 estabelecimentos. Um frente de trabalho que emprega cerca de 1,5 mil pessoas. O frentista José Severino, de 32 anos, há apenas um mês trabalha no Auto Posto Pesca, no Tijuca I. Ontem no período noturno, um assaltante armado, que estava a pé, surpreendeu o colega de Severino. “Ele maquinou o frentista (apontou a arma contra ele), assaltou e ainda saiu correndo atirando. Trabalhar à noite tem sido arriscar a vida”, disse. “O negócio é não reagir e entregar o dinheiro”, ponderou a frentista Patrícia Gonçalves, de 22 anos, funcionário do posto Mato Grosso. Ela já foi assaltada. Para Patrícia Gonçalves que há quase dois anos trabalha em posto de combustível, a situação de insegurança desanima. “A gente trabalha porque precisa. É melhor entregar o dinheiro do que morrer”.
Outro exemplo é o da operadora de caixa, Cleuza dos Santos, de 42 anos. Há três anos e meio ela é funcionária do posto aliança. O lema dela é também o da não reação e da entrega rápida do dinheiro. “Não temos como nos defender e o jeito é não reagir e passar o que tiver no caixa”.
Para o presidente do Sinpetro, Steiner Jardim, “a orientação é que seja humilde para evitar a morte”. Os coronéis da PM Jaime e Bueno abordaram durante a palestra algumas medidas de prevenção e enfatizaram a postura aconselhada pelas vítimas de assalto. A de nunca reagir contrariamente quando o assalto for anunciado.
Fonte:Campo Grande News
