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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Goldemberg diz que MP do setor elétrico inibe investimento

23/03/2004 14h55 – Atualizado em 23/03/2004 14h55

O especialista em energia e secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, José Goldemberg, não acredita que o novo modelo do setor elétrico atraia grandes investimentos da iniciativa privada, dada a concentração de poder nas mãos do Ministério das Minas e Energia. A saída para evitar a escassez de energia, segundo ele, será o País retomar o programa de construção de usinas termelétricas, que ficam prontas mais rapidamente do que hidrelétricas. A concentração de poder nas mãos do Ministério das Minas e Energia, em detrimento da agência reguladora, é um risco ao investimento privado, na avaliação de Goldemberg. “O Ministério é mais sensível a mudanças políticas. Isso não vai resultar num boom de investimento”, afirmou. Ele destacou o caso da Petrobrás como exemplo de credibilidade, ressaltando que a imagem da estatal transcende o governo. “A Petrobrás tem mais sucesso nas parcerias que o próprio governo, pois tem credibilidade e tradição de honrar contratos”, disse o especialista. Por conta do risco, Goldemberg não acredita que o Governo Federal consiga deslanchar obras como o complexo hidrelétrico de Belo Monte, no Pará, um empreendimento comparável a Itaipu cujo projeto existe há mais de 15 anos e nunca conseguiu ser equacionado por questões ambientais, políticas e econômicas. “A solução (para expansão da capacidade geradora) com a qual a Eletrobrás costuma sonhar não vai se materializar”, afirmou Goldemberg. Segundo ele, reativar a construção de termelétricas é mais rápido, barato e reduz a dependência do País em relação às chuvas. Em contrapartida, acredita o secretário, a energia tende a ser mais cara por conta do preço do gás natural, “a menos que o governo mude a estrutura tarifária para aliviar o consumidor residencial”. Pelas regras atuais, a energia elétrica é mais cara para o consumidor residencial do que para a indústria. “O residencial paga o dobro do que paga a indústria”, constatou Goldemberg.

Fonte: Amcham

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